De mansinho, com a abstenção cúmplice do PSD, o Governo, através do PS, fez ontem aprovar uma alteração ao Orçamento que coloca o sector empresarial do Estado fora dos anunciados cortes salariais.
Não fora o ministro, Jorge Lacão, antecipar as manchetes dos jornais de hoje explicando, depois, a medida aos jornalistas e a coisa tinha passado “de fininho” como convinha. Sem que os mercados pudessem tomar nota de mais este recuo no pacote de austeridade anunciado. E, em vésperas de greve geral, pairaria aqui e ali a vantajosa dúvida sobre quem afinal vai ver reduzido o seu salário.
O pretexto para condicionar os cortes, na generalidade das empresas de capitais públicos, “às adaptações justificadas pela sua natureza empresarial” ( como agora diz a lei) foi a pretensa necessidade de evitar a fuga de quadros da Caixa Geral de Depósitos.
E será que o povo acredita que os melhores quadros da Caixa se passariam, com armas e bagagens em massa para o BPI e o BES, caso estes lhes acenassem com a manutenção do actual salário ( porque privados em condições de contratar não haverá muitos mais…)?
E acredita que aberta esta porta de total discricionariedade a selecção do corte não se fará exactamente poupando os mais incompetentes, os sem currículo, os boys que enxameiam os quadros intermédios e dirigentes de que o sector empresarial do Estado ( banca incluída) se tornou uma enorme colmeia?
Tenho as maiores dúvidas de que uma greve geral seja o instrumento certo para expressar o protesto contra este tipo de gestão da causa pública. Até porque, em muitos casos, no sector privado patrão e trabalhador partilharão a indignação, e se um não pode ver mais reduzido o lucro o outro não poderá abdicar do salário. Mas como D. Jorge Ortiga diz, hoje à Renascença, um “dia de protesto é pouco”.
Com greve, ou sem ela, é preciso lutar contra a apatia. Contra a anomia de um povo que tudo aceita como uma inevitabilidade e parece desconhecer o direito à indignação. E para o exercer um dia de protesto é muito pouco…
O pretexto para condicionar os cortes, na generalidade das empresas de capitais públicos, “às adaptações justificadas pela sua natureza empresarial” ( como agora diz a lei) foi a pretensa necessidade de evitar a fuga de quadros da Caixa Geral de Depósitos.
E será que o povo acredita que os melhores quadros da Caixa se passariam, com armas e bagagens em massa para o BPI e o BES, caso estes lhes acenassem com a manutenção do actual salário ( porque privados em condições de contratar não haverá muitos mais…)?
E acredita que aberta esta porta de total discricionariedade a selecção do corte não se fará exactamente poupando os mais incompetentes, os sem currículo, os boys que enxameiam os quadros intermédios e dirigentes de que o sector empresarial do Estado ( banca incluída) se tornou uma enorme colmeia?
Tenho as maiores dúvidas de que uma greve geral seja o instrumento certo para expressar o protesto contra este tipo de gestão da causa pública. Até porque, em muitos casos, no sector privado patrão e trabalhador partilharão a indignação, e se um não pode ver mais reduzido o lucro o outro não poderá abdicar do salário. Mas como D. Jorge Ortiga diz, hoje à Renascença, um “dia de protesto é pouco”.
Com greve, ou sem ela, é preciso lutar contra a apatia. Contra a anomia de um povo que tudo aceita como uma inevitabilidade e parece desconhecer o direito à indignação. E para o exercer um dia de protesto é muito pouco…
Graça Franco, RR on-line
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