1. Vinha hoje nos jornais que um homem alvejou a tiro um jovem de 20 anos por atravessar devagar a passadeira. O homem terá saído do carro para protestar contra a lentidão na marcha do jovem e seus dois companheiros, gerando-se uma azeda trocas de palavras seguida de luta corpo a corpo. Em seguida, o suspeito terá voltado à viatura para se munir de uma arma de fogo, com a qual efectuou um disparo que atingiu o estudante pelas costas, de forma superficial, causando-lhe ferimentos que obrigaram a tratamento hospitalar.
- O stress e a falta de paciência marcam o nosso tempo e agravam-se com a crise.
- Todos nós já notámos o ar provocador que alguns transeuntes (mormente jovens) usam nas passadeiras: andam devagar, conversam, param, falam ao telemóvel... Mesmo para provocar! Não seria preferível dar sempre a prioridade aos automobilistas? Não deverão ser penalizados os autores de tais provocações?
- Ser condutor exige controle emocional. Mas anda tanta vez ausente! As pessoas apitam por tudo e por nada, insultam, fazem gestos deseducados, não respeitam os sinais...
- Nada justifica o uso da violência que só pode gerar violência e revolta. As agressões físicas e, muito pior, o uso de armas indignificam quem o faz que deve ser seriamente punido.
Nesta sociedade individualista até ao tutano, cada um só pensa nos seus direitos, esquecendo-se que estes terminam quando começam os dos outros.
Por que motivo se deixou de lado a educação para o altruísmo, o respeito, a compreensão??
2. A violência no discurso político é muitas vezes desbragada. Se quem nos governa ou se candidata a tal faz da violência verbal o seu modo de estar, que podemos esperar da sociedade?
3. Já nem a família é lugar seguro! Ainda o ano de 2010 não acabou, e já foram assassinadas 39 mulheres vítimas de violência doméstica. Dá que pensar! Sem falar já nas agressões verbais, na violência física, no abuso de crianças ...Para muita gente, a família não é lugar de paz, mas espaço de inferno.
4. Francisco Guerra, uma das testemunhas-chave do processo Casa Pia, garante que «está activa em Portugal uma rede internacional de pedofilia que envolve as crianças e os adolescentes da instituição». Vale a pena ler aqui o que ele diz.
5. Hoje senti um oásis de paz. Fui visitar o Diác. Amorim que está bastante doente. Como sempre, encontrei uma pessoa serena, pacificada, em paz consigo mesma, aberto à esperança, absolutamente confiante em Deus. Não há nas suas palavras e nos seus gestos expressões de revolta, de queixume exasperado... Não. Uma serenidade que marca.
E disponível! Quando lhe perguntei em que é que precisava de ajuda para o desempenho das suas tarefas pastorais, veio a resposta. Convicta. Assumida. "Poderei fazer mais devagar, mas não se preocupe comigo. Eu faço o que tenho afazer."
Sem palavras.
Mais uma vez na escola.
ResponderEliminarNa quinta-feira passada entro na sala e encontro uma discussão acessa entre um grupo de alunas. Procurei sossegá-las, mas quê, nem me ouviam. Só depois de me chatear a sério, é que se calaram,mas a resmungar. Com toda a gente sentada e minimamente calada, perguntei então o que se tinha passado e eis que volta o chinfrim. Pedi que se acalmassem e dei voz a todas as que queriam explicar-se, uma a uma. Em primeiro lugar, todas gostaram de se ouvir, mas não souberam escutar: primeira dificuldade!Em segundo lugar, ninguém estava errado: segunda dificuldade!E em terceiro lugar e terceira dificuldade: orgulho e falta de humildade. Deixei de lado a planificação daquela aula(afinal estávamos numa aula de E.M.R.C.e creio que fazia sentido parar) e procurei perceber o problema, ouvindo também alunos que não estavam implicados na discussão para ver o ponto de vista deles.Aconselhei, questionei, indiquei o diálogo, enfim, tanta coisa que disse!Sinceramente, cheguei ao fim sem perceber onde estava o problema, que pelos vistos é mesmo não gostarem umas das outras e terem o coração cheio de maldade!Não sei se se ganhou a aula ou se se perdeu, esperai para ver o desenrolar da história!Fiquei na sala depois do toque mais cerca de 10/15 minutos com quatro delas que desataram a chorar em pranto! Oh, minha vida!
Nesse dia, fiquei na escola à hora de almoço. Passado pouco tempo, ouço um alvoroço crescente lá fora. Vou ver e para minha surpresa vejo uma dessas alunas, rodeada por outros colegas, em lágrimas e com um punhado de cabelo na mão, não eram dois ou três cabelos, um punhado mesmo grande. O que foi? Ela e outra das envolvidas na discussão, provocaram-se e a outra não esteve com meias medidas, parte para a violência, salta-lhe em cima e arranca-lhe cabelos. Tinham acabado de sair da aula...Digam-me se a aula valeu a pena!!! Fiquei com a impressão que não!
Não estamos a falar de adultos, o que também seria vergonhoso, estamos a falar de crianças do 7ºano, o que é assustador!