Imaginemos duas camisas.
- Uma lavadinha e devidamente passada a ferro.
- Outra lavadinha, mas mal passada a ferro ou não passada.
Penso que a linguagem da Igreja se situa maioritariamente no segundo nível. É uma linguagem "sim, mas...", com o mas muito enrodilhado...
Estamos na Semana da Cáritas. Ora a Cáritas está voltada para as pessoas, para os problemas reais, para a vida. E a vida não se compadece com uma linguagem sisuda, musculada, esquelética, fria, abstracta. Exige uma linguagem directa, rápida, atraente, frontal, clara, incisiva.
Quem leu a mensagem de D. Carlos Azevedo para o Dia da Cáritas não viu nada disso. Eu que a levei para a rádio, arrependi-me, porque depois de a comunicar, fiquei com a clara sensação de que as pessoas não a entenderam.
Depois de tanto, tanto se falar da necessidade da Igreja aprender a comunicar, por que razão continuam a sair mensagens destas? Por medo da clareza, da frontalidade? Por se querer apenas atingir as elites? Para se preservar? Porquê, meu Deus?
Aliás, sempre me arrepia a linguagem massuda, baça, abstracta que as pessoas da Cáritas usam. E não percebo a razão. Se alguém devia falar claro, seria por todos os motivos a Cáritas.
E depois querem que as pessoas adiram, se mobilizem, entrem na dinâmica... Assim???
Rev.mo Senhor, querido Amigo:
ResponderEliminarObrigado pelo seu profético desassombro. Obrigado por existir. Por não abdicar de pensar com a mente e sobretudo com o coração.
Obrigado por ter o coração no lugar certo: ao pé da boca, ao pé do teclado.
Já dizia Olegario González de Cardedal: é preciso aliar a complexidade da inteligência à simplicidade do coração.
Abraço grande em Cristo Senhor