"Pelos frutos os conhecereis" - Jesus Cristo
Inquieta-me este cíclico apelo ao uso de sinais exteriores identificáveis. Como se isso é que fosse o importante, como se não houvesse nada mais sério com que nos devemos preocupar.
Mas serão a batina e/ou o cabeção que fazem o padre? É que o hábito não faz o monge...
Numa altura em que diminuem em tantas partes do mundo as vocações sacerdotais, o que importa são os sinais exteriores identificáveis?
Numa altura em que os padres se vêem sobrecarregados de trabalhos e de inquietações, o que importa são os sinais exteriores identificáveis?
Numa altura em que reaparece em certas dioceses alguma debandada, sobretudo de sacerdotes novos, são os sinais exteriores identificáveis que importam?
Numa altura em que se notam certo acomodamento, passivismo e indiferença... são os sinais exteriores identificáveis que se relevam?
Não estaremos a fazer como os políticos? Pôr lebres em fuga para desviar a atenção dos verdadeiros problemas?
Nada tenho - absolutamente nada - contra quem usa esses sinais exteriores identificáveis. Respeito total. Agora uniformismo, NÃO!
Vem aí o Ano Sacerdotal. Começa já em 18 de Junho. O tema escolhido é Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote.
A minha primeira reacção foi na defensiva. "Lá vem mais do mesmo. O mesmo recordar das obrigações dos padres, o mesmo discurso de sempre, o mesmo verticalismo no discurso, a 'mesma lavagem'..."
Mas a Esperança não engana. Por isso, disponho-me confiadamente a escutar aquilo que o Espírito diz à Igreja.
Se for um ano em que a Igreja ouça mesmo os seus sacerdotes (ninguém tem o monopólio do Espírito), em que a diversidade na unidade seja acolhida, em que a humanidade e espiritualidade sacerdotais sejam relevadas, então pode ser um marco.
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