«Claramente existe dentro do Governo um grupo anticatólico mesmo hostil em relação à Igreja Católica». Quem o afirma em entrevista ao SOL é o comentador e professor da Universidade Católica, João César das Neves.
Sem identificar quem faz parte do alegado grupo, César das Neves diz haver «uma influência maçónica muito forte» no Executivo, mas coloca o primeiro-ministro de fora, considerando mesmo que este «está a flutuar acima e tem procurado várias vezes acudir ao fogo, acalmando a Igreja». Mas faz um aviso em ano eleitoral: «Isto de bater na Igreja não é de borla».
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=128104
Neste aspecto, os diversos governos têm honrado os ditames da cultura de hostilização à Igreja. Isso acontece de uma forma quase inatacável: o topo governativo e algumas figuras de proa costumam primar pela tolerância, pela simpatia e pela função de bombeiro, quando os conflitos são visíveis. E, ao mesmo tempo, tem havido focos de bloqueio, de que resulta que se fazem bons protocolos, mas, muitas vezes, o sistema emperra, sem que alguém saiba explicar porquê.
ResponderEliminarTais focos infiltram-se sobretudo no Ministério da Educação, no Ministério da Justiça e, por vezes, no Ministério das Finançs, no da Administração Interna e no do Ambiente.
Normalmente, actua-se a solicitação da associação X, do grupo Y...
Exemplos: a retirada de crucifixos das escolas, sem que ninguém saiba dizer quem mandou; a supresão, na prática, da aula de Educação Moral e Religiosa Católica de muitas escolas do primeiro ciclo, depois da implementação das AEC, com a alegação de que o horário escolar não tem espaço temporal disponível; a aplicação da lei do ruído às marcações horárias dos templos, quando tal não é urgido para os arraiais populares e outras manifestações de ruído bem mais irritantes.
Até nas Forças Armadas, as liberdades cessam perante a disciplina militar, mas a liberdade religiosa tem que ser escrupulosamnete respeitada.
Neste campo, não tem havido grandes alternativas de escolha. Até uma secretária de Estado foi bem gozada quando cometeu a gafe de afirmar que a Religião Católica era a religião oficial de Portugal.
Em debates políticos, a mesa de intervenientes costuma ter elementos diversificados conforme a repreesentatividade das diversas forças políticas (em nome da equidade!); nos debates públicos de temas fracturantes, a Igreja Católica tem um representante (em nome da igualdade!).
Confunde-se, creio que de má fé, laicidade com laicismo.