Ao jantar, os pais, os dois filhos e o avô falavam do jejum e abstinência quaresmais.
O avô, às tantas, diz ao neto mais novo, rapazinho de 10 anos, vivaço e perspicaz:
- Olha lá! Tu que bem podias jejuar das chiclets! Passas a vida a mascar! Isso até te faz mal, rapaz!
O pequeno fita o avô, pensa um momento e depois dispara:
- Tá bem. Então fazemos um contrato: eu não chupo as chiclets na Quaresma, mas tu também não bebes os copos!
- Agora é que tu me lixaste! - monologou o avô.
Mas para não ficar atrás no desafio, resolve aceitar.
- Ok! O avô aceita. Agora quero ver quem cumpre!...
Avô e neto selaram o compromisso com um prolongado aperto de mão.
Passam a vida agora a vigiar-se mutuamente, complacentemente. Parece um jogo. No contrato, ficou sublinhado que as renúncias que ambos fariam seriam colocadas na caixa da renúncia na Igreja para ajudar os necessitados.
Há pouco, dizia-me o avô:
- Ainda só agora começou a Quaresma e já me parece uma eternidade! Acho que ainda me vou constipar com tanta água...
Da têmpera que são, acho que vão ganhar os dois. Nenhum deles é de arrear.
Uma maneira criativa de viver o espírito penitencial da Quaresma. Na desportiva, "numa boa".
E se cada família fosse mais criativa no tocante à vivência do espírito quaresmal? Penso que todos ganhariam, custaria menos e todos se sentiriam muito melhor.
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