Ocorre em 24 de Fevereiro, 3º Domingo da Quaresma, o Dia Nacional da CARITAS.
"Desempregados jovens e de longa duração, idosos sem família e menores abandonados, pessoas com deficiência e com sida, cidadãos ciganos e sem abrigo, pessoas drogadas e prostituídas, trabalhadores imigrantes e emigrantes, refugiados e estudantes estrangeiros, reclusos e pessoas discriminadas.... Com eles e ao serviço deles a Caritas Portuguesa unida às Caritas diocesanas e a outros organismos da Igreja e da sociedade em geral, quer continuar a ser – não obstante a diminuição dos meios e recursos - sinal vivo e orgânico do Amor sem limites e diversificado de Deus pela humanidade inteira."
"Os empobrecidos pelo nosso moderno “estilo de vida nacional” - sempre menos sóbrio, poupado e simples - pululam a olhos vistos nas nossas cidades e vilas. Esses nossos irmãos e irmãs, em situação de vulnerabilidade, são denúncia pública de um sistema económico, laboral e político que, por mais europeu e rico que se queira proclamar ao mundo, se apresenta sempre mais exclusivista, selectivo, competitivo e desigual."
"Neste ano europeu do diálogo intercultural considero que é preciso educar o olhar! A nível da acção social da Igreja urge uma nova pedagogia do olhar desde as famílias, passando pelas nossas comunidades cristãs para chegar às escolas e autarquias. A caridade cristã também depende do olhar! Reconheço que não nos sabemos olhar uns aos outros com o mesmo olhar com que Deus sempre olhou para a humanidade. Ele é o Deus que não faz acepção de pessoas (Gal 2, 6). O seu olhar não discrimina ninguém! Ele é o Deus que sempre acolhe no seu seio trinitário a diversidade e que, não obstante as diferentes formas como ainda é olhado na história humana – algumas vezes de forma ainda muito injusta e ingrata -, Ele nunca altera o seu olhar magnânimo de bondade, solidariedade e libertação."
"Vamos abrir as portas à igualdade! Vamos ser fiéis à “ética do olhar” que não discrimina, mas que a todos escuta, acolhe e auxilia com inteligência. Vamos lutar contra as portas que parecem fechar-se silenciosamente que, ao proclamarem a supremacia da ciência, da técnica, da gestão e do tecnicismo correm o risco grave de deixar na rua, no desespero, longe dos apoios legítimos, ao frio e à fome, muitos cidadãos portugueses e estrangeiros que não têm outra saída se não recorrer à flexibilidade da caridade praticada por tantas organizações da sociedade civil, entre as quais se contam estruturas de inspiração cristã, animadas por voluntários e assalariados que com cosciência cívica e de baptizados desenvolvem a sua acção social com profundo sentido de serviço aos outros."
"É, sobretudo, a nós cristãos leigos que a Igreja confia, em fidelidade ao príncipio da subsidiaridade, a aplicação prática e adequada dos princípios de reflexão, critérios de julgamento e directrizes de acção próprias da Doutrina Social da Igreja. E porque advertimos desconhecimento e ignorância relativamente a esta doutrina, continuamos empenhados na divulgação da mesma, através de tantos modos, nas comunidades cristãs."
Eugénio José da Cruz Fonseca, Presidente da Cáritas Portuguesa
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