Na Sagrada Escritura, aparece, naturalmente, o monte como lugar de particular proximidade com Deus; uma espécie de santuário natural, lugar da subida, não apenas da subida exterior, mas também do esforço interior; o monte, como um desafio a libertar-se do peso da vida diária, a respirar o ar puro da criação, em toda a sua vastidão e beleza. O monte facilita a elevação interior e permite intuir o Criador.
Soube-me bem subir hoje à Serra de Santa Helena para o terço e a Eucaristia do 3º domingo do mês. Exactamente no dia em que o Evangelho nos apresenta a transfiguração do Senhor num alto monte.
Apesar de algum frio que aí se fazia sentir, a amplidão da paisagem e a sua beleza indescritível libertam-nos, soltam-nos, predispõem-nos mais para o encontro com Ele. Como é sempre eloquemte o silêncio da Serra!
Deus tanto nos fala, na montanha como na planície, mas só quando realmente a nossa alma se eleva, é que se torna capaz de escutar e distinguir os sons divinos. Por isso, o sentido a activar nesta semana é o do ouvido. “Escutai-O”, era o convite mais radical, que se fazia ouvir no monte da transfiguração. Para isso, sintamo-nos desafiados a viver um dia da semana, sem ruído: pode ser uma noite sem TV, um dia sem telemóvel, um dia sem música no automóvel. Façamos de conta que o nosso quarto é essa alta montanha, onde não há rede, a não ser para a comunicação com o Altíssimo. E deixemos que o Senhor nos fale, até romper os nossos ouvidos!...
Uma boa semana com Ele, na Sua paz!
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