Confesso que não sou nada adepto de algumas tradições cristãs em tempo de Carnaval. Refiro-me concretamente às "40 Horas". Porque estou contra as "40 Horas"? Nada disso. Discordo apenas da data escolhida.
"40 Horas" é um tempo dedicado à adoração do Santíssimo Sacramento, solenemente exposto. Prolongam-se por três dias.
Só que em algumas paróquias isto acontece por altura do Carnaval. Aos folguedos e, por vezes desvarios carnavalescos, os cristãos responden com a adoração do Senhor, reparando-O dos pecados contra Ele cometidos.
Acontece que muitas comunidades estão agarradíssimas a este costume, mesmo que na Igreja apareça pouca gente e os novos o contestem ou lhes seja indiferente.
Felizmente que na comunidade que sirvo não existe esta tradição por alturas do Carnaval!
É próprio dos leigos a secularidade. Estar no meio do mundo, como sal, luz e fermento dos valores evangélicos. Então em vez de os motivarmos a estarem nos festejos carnavalescos , orientando-os segundo a alegria cristã, chamamo-los para dentro da Igreja e deixamos por evangelizar esta época festeira!? Não disse João Paulo II que o caminho da Igreja é o homem?
Penso que as "40 Horas" e outros exercícios espirituais têm toda a razão de ser e importância na quaresma, tempo de "oração, jejum e esmola", como lembra Bento XVI na sua mensagem para a Quaresma. "Há tempo para tudo".
E se os cristãos viessem para a rua, ocupassem a sério o palco da história, não poderia o Carnaval ser a festa da alegria cristã, libertando-o de tantos elementos pagãos e desvarios? Não foi o que os cristãos fizeram antigamente a muitas festas pagãs?
"Pai, não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal"-Jesus Cristo.
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