E precisava Jesus de subir a tão alto monte? Não bastaria levantar os olhos para os montes, para encontrar o auxílio do Senhor, que fez o Céu e a Terra?! Porquê esta atracção irresistível de Jesus pelos montes? De facto, os montes são parte fundamental da geografia pessoal e pastoral de Jesus, que bem podia dizer como Pascoaes: «sem estes ermos montes e arvoredos, eu não era o que sou». Pensemos nos diversos montes da vida de Jesus, como se fossem um só: antes do monte de transfiguração, houve o monte da tentação, o monte do grande sermão, o monte das curas e do pão. E depois do monte da transfiguração, haverá ainda o monte da agonia, o monte da crucifixão, e finalmente o monte da ascensão e do envio em missão. Que valor e segredo têm os montes, para que os evangelhos insistam tanto neles, como lugares de revelação?
Jesus é que é a verdadeira “montanha”, o verdadeiro rochedo: é Ele o único lugar do encontro dos seres humanos com Deus. É preciso subir por Ele, para chegar ao Pai; é preciso descer por Ele, para chegar aos irmãos. Os verdadeiros adoradores do Pai, não o adoram mais neste ou naquele monte, em Garizim ou em Sião, mas adoram-no em espírito e em verdade.
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