quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

De que lado está a Associação Nacional de Pais?

Uma pergunta que faço há muito tempo e para a qual não tenho encontrado uma resposta que me convença.
Do lado dos pais? Não me parece. E olhem que eu contacto com muitos pais...
Do lado dos professores? Penso que não. Aqui é claro.
Do lado das crianças? Quem estiver do lado das crianças quer o melhor para elas. Respeita-as naquilo que são, nas necessidades que têm e no ritmo de crescimento.
Do lado do governo? Parece mais que sim...

Realmente parece que existe uma aliança Associação Nacional de Pais- Governo contra os professores. Como se estes fossem os maus da fita, os incompetentes, os responsáveis por tudo o que de mal prospera no reino da educação. Ora isto é pura e simplesmente a maior aberração. O que vale à educação ainda são o brio, competência, dedicação e profissionalismo dos docentes. Não fora isto e o barco da educação havia naufragado há muito, tal o desnorte das polticas (?) educativas, mormente nos últimos anos.
Aliás, o próprio Presidente da República, que em tempos disse: "Deixem trabalhar a Ministra da Educação", sentiu há poucos meses a necessidade de apelar para que fossem respeitados e acarinhados os docentes. Só que parece que Sócrates só ouviu o que lhe apeteceu - a 1ª parte. Nada de novo, aliás! Este senhor é perito em ouvir só o que lhe interessa. É o seu sentido de democracia.

No auge da crise em volta da avaliação dos professores - com os tribunais a parecer dar razão às queixas dos docentes -a Ministra da Educação lança um "coelho" para despistar: ocupação plena dos alunos do 2º ciclo.
A Associação de Pais parece bater palmas. Quando o problema é enganador e fictício. Os miúdos têm o dia ocupado. Das 9.00 às 17,30 horas. As turmas têm apenas uma tarde livre que é ocupada com clubes, aulas de recuperação e desporto.
Portanto, a Ministra da Educação do Governo Sócrates criou apenas um coelho fictício...

Os miúdos do meu país NÃO têm tempo para brincar nem para estarem com a família. Ora se não brincam no recreio, vão descarregar energias nas aulas, surgindo faltas de concentração, indisciplina, menos aproveitamento. Por outro lado, a família é-lhes indispensável e ninguém a pode substituir. Ela é a sua estufa natural de crescimento.

Não tarda que surja a exigência de certos ditos representantes dos pais de uma maternidade nas escolas, a funcionar das 0 horas às 24 horas!!! Parece ser hoje o slogan de certos pais: "Progenitores sim, pais não!"

Que sociedade estamos a gizar? Que futuro (des)construimos? Jovens insatisfeitos, vazios, afamiliares, irrealizados??? É que, como dizem os entendendidos, se a família falta, nada nem ninguém a substitui satisfaroriamente... Por mais remendos pedagógico-didácticos que se tentem.

Haja bom senso!

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