O Dia do Diploma é uma boa iniciativa que consagra o mérito e, desse modo, estimula o esforço. Nada a obstar, pois.
Fica, porém, sempre no ar a impressão (e o receio) de que, à boleia, a propaganda ofusque o conteúdo. E, pelo que notei, as imagens dos governantes quase dissiparam as dos homenageados.
Por outro lado, o facto de ser o ano com menor taxa de retenções (eufemismo para reprovações ou chumbos) não litiga com uma séria dúvida. Será que este êxito se ficou a dever ao empenho dos alunos ou à facilitação do sistema? Há quem tenha transitado com um cúmulo de negativas impressionante.
Tudo isto pode inocular a ideia de que basta pouco para conseguir muito. Há, com efeito, um paralelismo assimétrico entre sub-aproveitamento e sobre-avaliação.
Os erros ortográficos conspurcam textos e as pautas até apresentam números deveras satisfatórios. O sucesso não pode ser para a estatística. Tem de estar projectado na vida. É para a vida - já dizia Séneca - que se deve estudar.
Daí que os 44 mil alunos que vão iniciar a sua trajectória no ensino superior convivam com esta espada de Dâmocles: para quê? Vamos continuar a ter mais desempregados com diploma?
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