quinta-feira, 11 de setembro de 2008

D. Januário Torgal Ferreira lamenta que os pobres não sejam a «primeira prioridade» dos planos pastorais

Os pobres “não são a primeira prioridade dos planos pastorais da Igreja em Portugal” – disse à Agência ECCLESIA D. Januário Torgal Ferreira, vogal da Comissão Episcopal da Pastoral Social.

Termina hoje (11 de Setembro), em Fátima, o I Congresso da Pastoral Social sobre «Intervir na Sociedade, Hoje! Memória e Projecto».

Apesar de reconhecer que existem muitos cristãos “que de forma exemplar estão junto dos problemas das pessoas”, D. Januário Torgal Ferreira apela a um maior empenho junto dos mais necessitados. A atitude de “proximidade” dos cristãos é uma mais valia. “Um humanismo exemplar” – realça.

Para o vogal da Comissão Episcopal, a questão dos Direitos Humanos deveria ser uma prioridade. “Temos feito muito no domínio da pobreza e na eliminação da solidão das pessoas, mas faltam vozes na Igreja em Portugal na questão dos Direitos Humanos”.
Olhando para a História da Igreja, D. Januário Torgal Ferreira refere o trabalho feito por D. António Ferreira Gomes nesta área. Este ano, foi publicado o livro «As Provas», do «famoso» bispo do Porto onde estes aspectos são focados. “Uma obra que honra a Igreja em Portugal” – disse o vogal.
Igualmente natural do Porto, mas bispo emérito de Setúbal, D. Manuel Martins “também denunciou de forma profética” estes dramas. “Foi porta-voz dos humildes e dos miseráveis” – salienta D. Januário. Hoje, ao olhar para a realidade portuguesa, o vogal da Comissão sente “um silêncio avassalador”.

A Igreja portuguesa deverá “estar aberta à modernidade”. Estar atenta aos novos fenómenos e “abrir caminhos no domínio social.” E cita um exemplo: “o trabalho com os imigrantes”. A Igreja “não pode ficar sossegada” nesta área.
ecclesia

5 comentários:

  1. * * *
    Caro Amigo e Senhor
    Padre Carlos Lopes

    «D. Januário Torgal Ferreira lamenta que "os pobres não sejam a primeira prioridade dos planos pastorais" da Igreja em Portugal»?!

    Até "parece" que ele não é Bispo da Igreja Católica Apostólica Romana, na medida em que não só todo o Presbítero, mas sobretudo todo o Bispo, sabe perfeitamente, ou devia sabê-lo, que -- de acordo com a Mensagem divinamente revelada, nomeadamente a Palavra de Deus através do Santo Evangelho, bem como em conformidade com o Magistério da Igreja --, "os pobres nunca poderão ser a prioridade da Pastoral cristã", em Portugal e no Mundo inteiro, precisamente porque a prioridade é só uma, exclusiva e absolutamente: a maior Glória de Deus e a Salvação das Almas; e portanto, apenas, tão-somente, no plano espiritual, e jamais no plano material, corporal ou meramente humano...

    Isto também interessa, sim - como obra de Misericórdia -, mas apenas num plano secundário e condicional; isto é, na medida em que seja da Vontade de Deus, na medida em que não constitua qualquer óbice para a salvação das almas.
    E todos nós sabemos, pelo menos os Cristãos bem intencionados, que, tantas vezes, a riqueza material, e até mesmo a saúde corporal, constituem um sério obstáculo à purificação e santificação da/s alma/s, à expiação dos pecados, à salvação eterna...

    Não foi, porventura, exactamente isso que todos os Santos fizeram -- todos aqueles que eram mesmo ricos ou abastados, ou até simplesmente remediados --, seguindo assim rigorosamente os preceitos evangélicos, desfazendo-se de todos os bens materiais que possuíam, em proveito dos mais carenciados, dos verdadeiramente pobres do corpo e principalmente da alma?!
    Mas sobretudo no sentido, supremo e restrito, de contribuírem, o mais e melhor possível - sem omissões nem tibiezas - para darem, acima de tudo, muita Glória a Deus, assim como para salvarem o maior número possível de almas, mesmo à custa dos piores sofrimentos, doenças e privações -- a pobreza tantas vezes extrema e a própria vida! --, não só deles mesmos, mas também dos demais pecadores em geral, em especial os seus protegidos, directa ou indirectamente, não obstante toda a sua nobre caridade humana...

    Efectivamente, Jesus Cristo disse, ensinou e exortou, tantas vezes:
    «Quem quiser ser Meu discípulo [isto é, bom filho e bom cristão], renuncie a si mesmo [isto é, a todos os prazeres e vaidades, aos bens materiais e temporais], tome a sua cruz e siga-Me [isto é, aceite todos os sofrimentos e privações, com amor e resignação, e siga os Meus passos, o Meu exemplo, por mais doloroso que isso seja]»...
    Assim como disse, entre tanta outra moral e doutrina similar, o seguinte:
    «Que adianta ao homem possuir todo o mundo [ou seja, toda as riquezas e saúde, todos os prazeres e vaidades], se depois [por causa disso mesmo] vier a perder a sua alma?!»...

    E, finalmente, para abreviar, Ele também advertiu e profetizou:
    «Pobres, sempre os tereis»...


    Resumindo e concluindo:
    A pobreza e a doença, por mais extremas que sejam, se bem aceites, por amor de Deus e pela salvação das almas, e consequentemente pela própria salvação, podem ser profundamente benéficas e vantajosas para alcaçarmos a Vida Eterna, dando assim muita Glória a Deus e salvando imensas almas, em relação às penas eternas do Inferno!

    Poderá, eventualmente -- neste mundo de provação, neste "vale de lagrimas", de expiação imprescindível -- haver Missão maior, mais nobre, mais santa, mais perpétua?
    Absolutamente impossível, segundo a Palavra de Deus!
    E quem não crê, deliberadamente, na Sua Palavra, ou quem adultera-a, já está condenado eternamente, pois exclui-se voluntariamente da amizade de Deus, renegando-O, a favor de Satanás, o "pai da mentira", o arqui-inimigo de Deus e de todos os Seres humanos...

    Esse senhor Bispo em questão -- assim como tantos outros eclesiásticos medíocres, lamentavelmente! --, como aliás em tantas outras coisas que ele mesmo tem dito e feito, não tem nenhuma razão para falar e proceder assim, absolutamente, nem tão pouco relativamente.
    Infeliz e tragicamente, são notoriamente conhecidas, para o mal e escândalo de muitos, sobretudo cristãos a católicos, as suas palavras e atitudes levianas, rebeldes, e até mesmo heréticas, mais parecendo, por exemplo, um Leonardo Boff ou um Jacques Gaillot!

    Que Deus tenha piedade dele, assim como de todos nós, pois ninguém está livre de descer tão baixo, ou ainda pior!
    Peçamos, pois, pela sua conversão, assim como pela emenda e expiação de tantos pecadores obstinados, entre clérigos, religiosos e leigos, antes que seja tarde demais.

    Cordiais saudações cristãs, evangélicas e evangelizadoras, para si, Rev. Padre, e sua família.
    José Mariano
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  2. Senhor José Mariano

    Saudações fraternas no Amor de Deus, revelado em Jesus Cristo.

    Permita-me que discorde de Vª Exª. Para mim, D. Januário ainda é das poucas vozes proféticas que nos restam.
    Tenho por ele muito apreço.
    Mas algum profeta teve vida fácil? Aliás, foi o próprio Cristo que o disse.
    E convém nunca esquecer o MANDAMENTO NOVO, verdadeiro testamento do Salvador; "Asssim como Eu vos amei, amai-vos uns aos outros."
    Não foram os pecadores, os abandonados da vida e da sorte, os desfavorecidos, os predilectos do Salvador? Que resta à Igreja senão seguir as pegadas do Seu Mestre e Senhor???
    Concordo perfeitamente com D. Januário neste ponto. "A fé sem obras esta pura e simplesmente morta". È pelas pbras que se revela a beleza e profundidade da fé.

    Com respeito, saudo-o em Cristo.

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  3. * * *
    Reverendo Padre Carlos

    Tenho estado aqui a "pensar com os meus botões"...
    A pensar, seriamente, sobre se deveria, ou não, dizer o que disse, no último comentário (das 7:46) sobre o senhor Bispo D. Januário Ferreira...
    Assim sendo, peço, por favor, a sua sincera opinião, sobre se devemos, ou não, manter o comentário em questão...
    Se o senhor Padre achar que não, pesados deviamente os prós e contras, queira fazer o obséquio de eliminar/apagar, desde já, o dito comentário...
    É que, como sabe, poderá ser pecado (contra a caridade cristã) expor, publicamente, faltas ou defeitos de outrem, por mais verídicas que sejam...
    Por outro lado, não tenho a certeza total, como compreenderá, se não exagerei em alguma coisa, pois o Demónio faz-no ver, por vezes, defeitos nos outros que não existem, ou que, pelo menos, são algo excessivos ou deturpados, ao contrário do que acontece em relação a nós mesmos, pobres pecadores...

    Agradeço, desde já, a sua melhor atenção para este melindroso assunto, pois confio no seu justo critério, como bom Sacerdote que é, graças a Deus e a si mesmo.

    Cordiais saudações cristãs, evangélicas e evangelizadoras, em Jesus e por Maria.
    José Mariano
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  4. Senhor José Mariano

    Eu não concordo com o que Vª Exª disse do senhor D. Januário como se depreende daquilo que disse no comentário acima. Por outro lado, a transcrição das palavras deste prelado e a ênfase que procurei dar-lhe significam a minha adesão às mesmas.
    Estamos num país livre e respeitamos a sensibilidade e ideias de quem as assume identificadamente, mesmo quando delas discordamos, como é o caso.
    Um abraço
    Asas da Montanha

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  5. * * *
    Reverendo Senhor
    Padre Carlos Lopes

    Desculpe, mas não é, creio eu, um caso de política, de liberdade ou de democracia, mas sim de consciência, de moral e de cristianismo, pura e simplesmente.
    Por isso mesmo, sou eu que agora tomo a iniciativa de pedir-lhe, por favor, para apagar o comentário em questão, uma vez que discorda globalmente dele, assim como do explícito juízo que fiz, consoante e não obstante as minhas razões pessoais de crítica em relação ao Bispo em causa, embora respeite inteiramente a pessoa, a liberdade e o critério de D. Januário, tal como respeito os seus; sendo que isso foi mais um desabafo que decidi, por bem, fazer consigo mesmo, senhor Padre, de acordo com a confiança que me tem inspirado, independentemente de, uma vez mais, V. Revcia. declarar que continua a ter elevado apreço pelo senhor Bispo em causa, e depreendo que também admiração, o que igualmente respeito, apesar de tudo o mais...
    Deixo, pois e agora, tal assunto ao seu inteiro critério e relativa responsabilidade, embora aceite humildemente a minha quota parte de eventual culpa, em desconto dos meus pecados.
    Rezo por si, senhor Pe. Carlos, como bom amigo, assim como pelo senhor Bispo D. Januário, sendo o máximo que poderei fazer, para além de sujeitar-me à devida expiação, entre já tantas outras, segundo a Vontade de Deus, antes mil vezes neste mundo do que na eternidade.
    Queira aceitar os meus melhores e respeitosos cumprimentos,
    J. Mariano
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    P. S.: Dou assim por encerrado este assunto, senhor Padre Carlos.
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