2 de Novembro. Dia da Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos.
"Houve uma “mulher da minha rua” que não tive a sorte de conhecer: “Tinha ela, uma filha doente, que jazia, há muito tempo, no seu leito de dor, à espera da hora incerta da partida. Numa manhã de Domingo, aquela mãe, aproximou-se, como sempre, da filha, para lhe transmitir o segredo mais íntimo da vida, em gestos simples de ternura, num cuidado materno, em vigília contínua. Mas naquele domingo, encontrou-a de olhos fechados. Um corpo infante, que lhe arrefecia nas mãos, confirmava a notícia da ressurreição e a certeza de um anjo, que voltava ao Paraíso. Sua filha era já um coração arrebatado ao céu. Aquela mulher forte, não entrou em gritos. Não chamou por ninguém. Afagou no lençol de linho o corpo morto da filha! Ouviu o sino chamar para a Missa Dominical. Deixou então a sua menina, «a dormir». Estava já nas mãos de Deus, e por isso nenhum mal a podia mais atingir! Foi para a Igreja, serena e tranquila. As pessoas amigas, à ida e à vinda da Missa, desconhecendo ainda morte da filha – só a Mãe o sabia – perguntavam-lhe timidamente: «Como está a sua filha? Está melhor?». E aquela Mãe bendita, respondeu, sem que ninguém se apercebesse de nada: “Sim. A minha filha agora está melhor. Muito melhor”. E regressou a Casa, sem pressa de tocar a finados, trazendo consigo a Eucaristia, remédio de imortalidade. Abriram-se-lhe os olhos. E, na sombra daquela morte, viu a preciosa Luz daquela gloriosa manhã de Páscoa!"
In Varanda dos Reis
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