A morte é assunto que cai fora das conversas das pessoas. É tabu.
Fala-se da emoção perante certas mortes em determinadas circunstâncias. Morte de um jovem, uma criança, um (a) pai/mãe ainda muito novos; mortes violentas ou por descuido... Mas falar da morte de cada um de nós, isso não...
Não interrogamos a morte, não nos abrimos ao seu mistério... Talvez por isso, tanta vida sem sentido. Sem buscarmos a luz da meta, o caminho permanece incerto. Sem o sentido último, vagueamos por aí, perdidos no mar alteroso da vida, sem bússola nem rumo, Sem direcção nem dimensão.
A morte é tabu. Por isso se esconde das crianças, em vez de se lhes explicar o sentido. Por isso, não vemos jovens nos funerais.
Há dias li que um jovem estudante de medicina nunca vira um cadáver antes da primeira experiência como aluno num hospital!!! Não privemos da luz do mistério da morte a gente nova para que as trevas a não traguem.
Depois também perante a pessoa que morre, mantemos o mesmo espírito de consumismo e superficialismo. Levamos coroas caras para colocar na urna, mas durante a Missa ficamos cá fora na conversa; acompanhamos o cortejo fúnebre com os nossos carros, mas não nos dispomos para levar uma cruz ou uma alenterna; enchemos o cemitério de flores e de velas, mas esvaziamo-lo de oração e de respeito. Há pessoas que falam, que brincam, que fumam em pleno cemitério....
Damos coisas, mas não nos damos. Aparecemos, mas não estamos. Vamos mas não participamos.
Não será tempo de mudarmos? Não será altura de fazer girar uma lufada de humanidade no mundo?
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