É admirável e surpreendente a generosidade da gente humilde. Quando é preciso ajudar, redobram as suas forças, oferecem o seu tempo – a sua vida – para servir gratuitamente os outros: nas creches, nos hospitais, nos lares de idosos, etc..Esta gente humilde, quando é chamada, responde “presente” para participar voluntariamente quanto pode nas iniciativas de bem-fazer.
Há dias, um amigo meu contou-me este facto ocorrido com ele.
Fora encarregado de angariar donativos para as despesas de uma casa de educação de órfãos e abandonados. Percorria o país pedindo ajuda material para matar a fome daqueles rapazes. Numa terra onde falou ao povo, uma mulher simples abeirou-se dele e disse: não tenho mais nada para dar a não ser estes brincos e este cordão de ouro. E tirou um brinco de uma orelha, depois o outro, e em seguida o seu cordão que era recordação de família.
Mas para ela as carências daqueles educandos eram mais fortes que o ouro que era algo de supérfluo.
Esta gente de generosidade excepcional faz-nos lembrar aquela viúva que Jesus viu deitar na caixa das esmolas do Templo as duas moedas pequeninas, todo o dinheiro que possuía.
“Quem dá aos pobres empresta a Deus” – diz um provérbio popular. Quem dá aos pobres vai, mais tarde ou mais cedo, receber de Deus o juro do seu empréstimo. E quantas vezes sentimos que esse juro nos chega através de uma graça muito mais valiosa do que o que demos, em dinheiro ou serviço, aos pobres necessitados.
Mário Salgueirinho
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