sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Crianças passam tempo demais na escola

Senhores:
José Sócrates,
Maria de Lurdes Rodrigues,
Albino Almeida

Peço-lhes a melhor atenção para este livro "Crianças Ocupadas. Como algumas opções erradas estão a prejudicar os nossos filhos" , da a investigadora Maria José Araújo.
Leiam, releiam e tirem conclusões.

Segundo a investigadora, as crianças entre os seis e os 12 anos «trabalham hoje para e na escola, no seu ofício de alunas, cerca de oito a nove horas diárias, ou seja, cerca de 40 a 45 horas semanais».
«A intenção deste livro é criar um debate público sobre a questão da ocupação das crianças e, de alguma maneira, alertar para o direito das crianças», disse à agência Lusa a investigadora do Centro de Investigação e Intervenção Educativas da Universidade do Porto.
A desenvolver um trabalho de investigação sobre questões levantadas pelo conceito de Escola a Tempo Inteiro e as Actividades de Enriquecimento Curricular, a autora considera que «as crianças estão muito ocupadas, têm muitos trabalhos e actividades para fazer todos os dias» ficando sem tempo para brincar.
«Essas actividades podiam ser brincar, mas são sempre em função da escola», sublinha, acrescentando que «os pais têm uma preocupação muito excessiva em relação ao tempo escolar».
A investigadora ressalva que escola a tempo inteiro é uma medida óptima, mas as crianças deviam fazer as actividades que elas pudessem escolher.
«A grande questão não é só a quantidade de actividades que fazem, mas o facto da metodologia prevalecente nessas actividades ser sempre orientadas pelos adultos e elas nunca poderem escolher. São aulas atrás das aulas», sustenta.
Para Maria José Araújo, é preciso «repensar o modelo da escola». «Este modelo não pode continuar porque as crianças não aguentam», realçou.
No livro, a autora, que trabalha há 19 anos com crianças, tenta responder às seguintes perguntas: «Fará sentido que, na sociedade contemporânea, as crianças trabalhem mais do que as 40 horas que achamos razoáveis para os adultos? Fará sentido prolongar de tal modo as suas ocupações que não lhes deixamos tempo para brincar e descansar? Será que temos o direito de ocupar e condicionar o tempo livre das crianças depois de um dia de Escola?».
«A angústia dos pais para que as crianças trabalhem muito para ser alguém, como se as crianças não fossem já hoje alguém, pode comprometer tanto o seu presente como o seu futuro», sublinha. In Sol

1 comentário:

  1. Já todos tínhamos percebido isto. O comum cidadão sabe que as crianças precisam - têm - de brincar. Para desenvolverem o seu universo de fantasia, de curiosidade e de liberdade.
    Manietá-las a programas impostos por adultos, é estultícia pura, que só podia provir da mente das luminárias que têm dado cabo do País e que vão levá-lo ao abismo, se os Portugueses não abrirem os olhos...
    Pois, como é que gente sem princípios e sem moral, sem bases sólidas de formação (o berço ou a vida deles foi a negação de Deus...), pode trazer algo de bom para o nosso País...?!
    Se tal viesse a ser possível, constituiria um verdadeiro paradoxo!
    Será que estas políticas de "apropriação" das crianças nas escolas não terá em vista "doutriná-las" para que, amanhã, sejam simples marionetas nas mãos dos senhores do mundo...?

    Isto cada vez me lembra mais a "profecia" de Aldous Huxley no seu "Admirável Mundo Novo"...

    Santo fim de semana, Sr. Padre Carlos!
    Felicito-o pela oportunidade dos seus apontamentos e pelas análises cuidadas e sensatas que deles faz. O seu blogue é de leitura obrigatória.
    Paz e Bem.
    Evágrio Pôntico

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