sábado, 10 de outubro de 2009

Os matrimónios na Igreja Católica tiveram uma quebra de 46 %, na última década

Os matrimónios na Igreja Católica tiveram uma quebra de 46 %, na última década. Segundo dados do Anuário Católico de Portugal de 1999 e de 2008 todas as dioceses conheceram um decréscimo de celebrações matrimoniais.

Num total de 52401 matrimónios em 1999, as dioceses celebraram 27908 no ano de 2008. A diocese do Porto regista a maior quebra. Em 2008 foram celebrados 6048 matrimónios, menos 5911 que em 1999.

A diocese de Vila Real foi a que menos viu o decréscimo de matrimónios se acentuar. Se em 1999 celebrou 1100 matrimónios católicos, quase 10 anos depois este número desceu para os 919.

Estes são dados que não surpreendem o Padre Luís Inácio João, Secretário da Comissão Episcopal do Laicado e da Família, que aponta uma mudança cultural antes de uma mudança religiosa.

«A sociedade conduz-se não por valores mas por parâmetros de conformidade, de moda, onde as pessoas procuram o eco da sua forma de estar e ser, e fazem disso critério de vida».

Por um lado, há que saudar a coerência. Se as pessoas não têm vivência cristã, é melhor não celebrarem aquilo que não vivem. É uma questão de verdade.

Há quem se apresente para celebrar o Matrimónio apresentando, como única credencial, o Baptismo!

Prevaleciam razões meramente sociológicas: o hábito, a vontade dos pais, etc.

O que preocupa é o sintoma que subjaz em tudo isto: é o recuo da vivência pública da fé.

Porque é que as pessoas se afastam? Apenas por uma questão de vontade? Ou não será também porque o testemunho que, em Igreja, se oferece é pouco apelativo?

Nota-se que as pessoas continuam a amar Deus e Jesus Cristo. Com o Cristo da Igreja, tudo parece estar bem. Já com a Igreja de Cristo é que as coisas são diferentes.

É claro que não se pode seguir a Cristo sem a Igreja. Mas as pessoas precisam de ver transparência na Igreja. Hoje, o patamar de exigência aumentou.

Não é em vão que o teólogo Martín Velasco assinala que, sociologicamente falando, o Cristianismo rejuvenesce equanto a Igreja envelhece.

Pensemos. Oremos. E mudemos. A conversão está ínsita no Evangelho.
In Mansidão

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