quinta-feira, 12 de abril de 2007

Saber lidar com as crianças

O Trabalho do menino é pouco,
mas quem o despreza é louco
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Dois factos.
Uma colega de escola contou-me que tem dois filhos, o miúdo de 9 anos e ela de 13. Como moram numa aldeia, os filhos, nas férias, ajudaram os avós, executando algumas tarefas consentâneas com a idade, como guardar as cabras, colocar as batatas nos regos, etc. Referiu ainda a colega que os pequenos realizavam essas tarefas com satisfação.
No 1º dia de aulas do 3º período, a professora pergunta aos alunos se tinham trabalhado nas férias. Todos disseram que não. À noite, ao saber do que se passara na escola, a minha colega pergunta ao filho:
- Claro que tu disseste que tinhas trabalhado…
- Estás maluca, mãe! Depois todos me gozavam.
Isto passou-se numa aldeia…


Há dias, um paroquiano contou-me que tem uma pequenita de 4 anos. Em cada fim-de-semana, ele e a esposa oferecem à petiza duas moedas de um euro cada um.
Quando vão às compras ou a alguma grande superfície comercial, a criança, como todas as outras, não resiste às seduções do mercado. Se lhe aparece algo que lhe prende a atenção, volta-se para o pai ou para a mãe e pergunta quantas moedas são precisas. Os progenitores usam palavras e o gesto dos dedos para ela compreender. Então conta as moedas. Se vê que não dá, apenas diz: “As moedas não chegam.” E seguem em frente.
Muitas vezes acontece que, ao cantar as moedas, ela dá conta que tem as suficientes. Mas depois responde: “Dá, mas só fico com duas. Não quero.” “Pronto, filha, tu é que sabes”, respondem os pais.
O pai contou-me que descobriu este método no escutismo e que o tem aplicado com óptimos resultados. Nunca a miúda fez cenas nos locais comerciais.
É um trabalho de casa educativo, paciente, baseado na verdade. A pequena confia absolutamente nos pais e estes tudo fazem para merecer a confiança da filha.
Além disso, habitua-se a ter com o dinheiro uma relação racional, ao mesmo tempo que vai descobrindo o seu valor e a necessidade de se saber controlar.

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