quarta-feira, 26 de junho de 2013

Concelho de Tarouca: algumas ideias



Democracia. O melhor de todos os regimes políticos conhecidos. Mas "as mais belas rosas têm espinhos". Daí o especial cuidado em lidar com "rosa" para não ficarmos só na dor dos "espinhos".

A democracia não pode restringir-se só ao ato de votar que, sendo essencial, não esgota toda a riqueza e beleza da participação popular. Então há que fomentar a participação cívica dos cidadãos, nas vésperas de eleições e fora delas.
Instituir fóruns e congressos, generalistas ou temáticos, é uma forma de ouvir, auscultar, aprender e explicar que os agentes políticos deveriam fomentar, além, logicamente, dos contactos pessoais ou grupais.

Quando se escutam as pessoas, fica-se muitas vezes surpreendido com as ideias que apresentam,  as sugestões que indicam, os projetos que apresentam. Tantas vezes tão simples, mas de inegável valor, tendo em vista o bem-estar e progresso da comunidade!
Por outro lado, os agentes políticos  sabem que nem sempre as ideias que não merecem uma adesão popular intensa são de deitar fora. A multidão nem sempre consegue ver para além do imediatismo. São precisos projetos que antecipem o futuro. Então conjugar a visão consensual dos cidadãos com uma visão larga do futuro é arte política. A política também é uma arte...

Sem qualquer presunção, como humilde cidadão, e sem querer de modo algum apresentar exaustivamente - longe disso - as ideias para este concelho, aqui deixo algumas sugestões, como quem partilha.

- Fomentar a participação cívica dos cidadãos, de forma continuada, tendo consciência  que o povo é um livro aberto com que se aprende sempre.

- Estabelecer o acolhimento dos cidadãos pelos agentes políticos como regra de ouro da família concelhia.

- Valorizar e exponenciar as formas legais e institucionais de participação (câmara, junta, assembleia...)

- Manter com os cidadãos um clima de acolhimento, abertura e diálogo.

- Fazer resplandecer a verdade nas relações agentes políticos/ cidadãos, porque só "a verdade nos torna livres". Nada de mentiras, falsidades, meias verdades, promessas para não cumprir, sim pela frente/não por trás...

- Não confundir a diversidade, democraticamente necessária, com partidarite aguda sobreposta ao bem comum ou com relações pessoais deterioradas.
- Num concelho bastante ruralizado, apoiar, estimular e incentivar a agricultura:
  • Criação de um espaço de comércio onde os agricultores possam escoar os seus produtos. Tal espaço beneficiaria tanto os produtores como os consumidores. Não se esqueça que estamos perto de Lamego e da Régua...
  • Fomentar a introdução de novas culturas, rendáveis e facilmente comercializáveis. Fala-se, por exemplo, na cultura do mirtilo.
  •  Valorizar e modernizar as culturas tradicionais da região, perspetivando o seu comércio.
  • Motivar para o arrendamento de terras a prazo. Existem imensos campos abandonados e existe a necessidade de espaço para culturas rendáveis..
  • Favorecer a presença de técnicos no terreno, para apoio, ensino e valorização do agricultor como agente de mudança.
- Somos um concelho com uma riqueza turística imensa. Precisamos de valorizar económica e culturalmente esta riqueza.
  • Potencializar turisticamente os nossos rios.
  • Incentivar a criação de unidades hoteleiras e pousadas com qualidade.
  • Fomentar o turismo de habitação.
  • Organizar congressos temáticos sobre o património natural, histórico e construído.
  • Valorizar a cozinha e artesanato tradicionais.
- A parte edificada antiga das nossas povoações está a ficar abandonada e em ruínas. É preciso que seja estimulada, facilitada e rentabilizada a sua reconstrução. Por exemplo, oferecendo aos seus proprietários projetos grátis, isentá-los de taxas e impostos, eliminar burocracias e tempos de espera, facilitar os acessos. Com tal medida, oferecia-se um suplemento de alma às construtoras, criava-se emprego, preserva-se o património e dava-se vida a espaços que merecem tê-la. Uma vez devidamente restauradas, muitas dessas casas poderiam ser utilizadas para o turismo de habitação, rentabilizando-as economicamente.

- Dados os parcos recursos financeiros disponíveis, há que encarar a sério o campo social.
  • Colocar no terreno os recursos de pessoal e técnicos existentes (menos gabinete, mais terreno).
  • Ser rápido perante situações de pobreza ou doença.
  • Verificar quem realmente precisa de apoios sociais, de modo que sejam canalizados para quem precisa e não para aumentar a preguiça e a dependência.
  • Nunca permitir que um aluno deixe de concluir os seus estudos por falta de meios económicos.
  • Levar o concelho às escolas de modo a criar paixão por ser tarouquense.
  • Continuar a apoiar a 3ª idade, mas criar com entusiasmo e paixão espaços para os jovens. Felizmente, nesta terra, tudo o que vem da juventude é bem acolhido. Então os jovens, pelo fato de o serem e pelo impacto que têm na sociedade, só devem ter apoio, incentivo e possibilidade de dar vazão ao que podem oferecer em termos culturais, recreativos, solidários, criativos, desportivos.
  • Premiar, incentivando, os nossos melhores alunos, estudem onde estudarem.
  • Melhorar o acesso dos cidadãos à saúde. Por exemplo, acabar com o escândalo de pessoas que vão para a fila do Centro de Saúde às tantas da madrugada para terem acesso a uma consulta.
- Apoiar, incentivar e premiar toda a boa iniciativa vinda da sociedade civil, seja em que campo for. Um povo é tanto mais senhor quanto menos for a sua dependência em relação às entidades públicas.

- Facilitar e operacionalizar a ligação dos emigrantes à sua terra natal, estimulando o investimento das suas poupanças no progresso de Tarouca. Há que eliminar burocracias desnecessárias, diminuir tempos de espera, prestar-lhes toda o apoio possível.

- Incentivar a natalidade à semelhança do que se tem feito noutros concelhos. Medidas práticas, com alcance e eficazes.

- Tentar, por todos os meios legítimos e criativos, chamar investimentos para Tarouca. Será que uma grande superfície não era bem-vinda? Ao olhar para o que se passa, verificamos que os tarouquenses se despejam, sobretudo aos fins-de-semana, para as grandes superfícies de Lamego, Vila Real, Viseu... Será de admitir que o comércio tradicional não seria tão afetado como se diz...Além disso, fixavam-se capitais e criava-se emprego, tão necessário.

- Fomentar o convívio entre os cidadãos. Tanta vez que as nossas terras parecem um deserto!

- Organizar a participação dos vários grupos. Em certos dias, há uma multiplicidade de atividades, noutros não há nenhuma...

- Cuidar da redes de transportes, de modo que o concelho tenha, de forma razoável, um organização de transportes que satisfaça as necessidades dos cidadãos.

- Sendo o computador  um meio necessário para a vida diária das pessoas, levar cursos de informática gratuitos aos vários povos e a horas que lhes sejam convenientes.

- Promover concursos literários, históricos, científicos, ideias novas... com prémios capazes de galvanizar as pessoas.

- Otimizar recursos, estruturas e comparticipações, em diálogo com as pessoas e instituições.

- Implantar o saneamento básico onde ele ainda não exista.

"O que eu andei para aqui chegar...", diz a canção. O que Tarouca andou desde o 25 de Abril de 1974! Graças aos seus homens e mulheres. Graças aos agentes políticos que têm estado à frente dos nossos destinos coletivos.
O caminho percorrido é garantia do muito que todos juntos podemos caminhar.
Vamos em frente, porque há saudades do futuro.

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