Esta semana dei um saltinho a Lisboa. Fui numa perna e vim noutra.
Nunca festejara junto do meu irmão mais novo o seu aniversário. Quando ele era pequeno, andava eu no seminário; depois as paróquias e as aulas da minha parte, os estudos e o ter ido para longe da parte dele.
Mas este ano, como reformado, resolvi fazer-lhe uma surpresa. Em todo o país, mas particularmente em Lisboa, há quem trabalhe mesmo, há quem finja que trabalha e há quem não faça mesmo nada. Meu irmão e minha cunhada, felizmente, são dos que trabalham mesmo. Por isso, foi muito pouco o tempo em que estive com eles. Depois, o pequenitos saíam cedo para a escola e chegavam tarde.
Mas foi muito bom estar com eles. Agradeço-lhes a amabilidade, a simpatia e a atenção.
Como não gosto de conduzir, fui e vim de autocarro. Viagem calma, sem qualquer sobressalto. Aconteceu apenas que, ao parar-se em determinado sítio para apanhar novos passageiros, uma senhora veio cá fora sem deixar nada a indicar o seu lugar. Entrou um casal, viu o banco vazio e sentou-se. Quando a senhora reentrou acompanhada de uma familiar, foi o bonito. A familiar atirou-se como uma leoa. Que aquele banco estava ocupado, que a sua familiar não tinha nada na mão para marcar o lugar, só se lá deixasse as cuecas, que eles eram isto e aquilo - e gritava como se estivesse num lavadoiro à antiga... Ao ouvir tal, o homem disse para a mulher: "Nós não saímos!" Ui! Foi como se chagasse gasolina à fogueira! Então aquela linguinha soltou-se e lá saíram algumas. "Já nem a estou a ouvir!"- ameaçava o homem. Valeu a calma serena da esposa para acabar com o diferendo. Quando o condutor reentrou para retomar a marcha, já tudo tinha serenado.
Em Lisboa, também gostei de conviver com alguns advogados amigos dos meus familiares e outros trabalhadores ligados ao ofício da advocacia. Foram momentos francos, de troca de ideias e de boa disposição. Agradeço-lhes.
Durante uma tarde que tive mais livre, dei um pulinho até à Igreja de São Domingos para um momento de oração. Àquela hora, muita gente ali passava para levar os filhos que estavam no Infantário anexo ao templo. Pois durante aquele bocado, ninguém entrou para um instante de oração. Nem que fosse para olhar para o Sacrário e sair.
Realmente temos que perguntar onde fica Deus no meio deste corre-corre asfixiante. A corrida da vida stressa-nos e esvazia-nos e para fugir ao vazio, corremos ainda mais.
Bem precisamos todos deste Ano Eucarístico!
Um agradecimento aos paroquianos amigos que me foram levar e buscar ao autocarro.
Por favor, não te esqueças de voltar.
ResponderEliminarObrigado.