segunda-feira, 28 de julho de 2008

A Felicidade do Arlequim

É incontestável que todos os dias, ao abrir as janelas da imprensa, deparamos com notícias negras de maldade e crime. Mas é agradável encontrar, quando folheamos um jornal ou um livro, lendas com uma mensagem bela, como a do Arlequim.
Veneza tem anualmente umas festas de carnaval grandiosas. Havia em Veneza uma fidalga muito rica, que todos os anos organizava um baile no seu palácio para o qual convidava todos os jovens – rapazes e raparigas da cidade.
Tinham de apresentar-se mascarados e o que se apresentasse com o traje mais belo seria premiado.
Entre os jovens havia um chamado Arlequim, muito pobre, sem possibilidade de apresentar-se bem vestido. Mas os seus companheiros tiveram uma ideia muito solidária e ofereceram-lhe os retalhos que sobraram da confecção dos seus trajes.
A mãe de Arlequim, com a sua habilidade e o seu desejo de que o filho pudesse concorrer, combinou as cores de todos aqueles retalhos e confeccionou um belíssimo vestuário.
Arlequim entrou no baile do palácio e foi premiado pela beleza e originalidade da sua veste. E quando as pessoas felicitavam aquele jovem, ele respondia feliz: o meu fato foi executado com a bondade dos meus companheiros e o coração da minha mãe.
É esta resposta de Arlequim que contém a mensagem que nos ajudará a ser bons: a colaborar na felicidade dos outros, repartindo com eles algo que possa ajudá-los: ajudá-los com um pouco – um retalho - da nossa felicidade das nossas capacidades das nossas possibilidades.
As pequenas ajudas podem gerar grande alegria, grandes êxitos na vida dos outros. E Arlequim somou à generosidade dos companheiros o amor da sua mãe que pôs todo o empenho e arte na confecção do traje carnavalesco de seu filho.
A amizade e o amor podem produzir maravilhosos efeitos na vida dos outros: podem transformar o que é comezinho e simples em algo de grandioso e belo.
Mário Salgueirinho

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