terça-feira, 13 de maio de 2008

Marcantes!

Neste 13 de Maio, houve dois factos que me tocaram especialmente.

Gostei da iniciativa do Santuário de Fátima. O peditório da Missa da peregrinação aniversária reverteu a favor do martirizado povo do Darfur. Este gesto revestiu-se de uma enorme grandeza humana e cristã. Irmãos que junto da Mãe lembram, sentem e partilham com outros irmãos em situação humana de desespero, fome, miséria, abandono, sofrimento... Penso que só por este gesto terá valido a pena ir a Fátima.

Houve aqui um funeral. Um dos participantes, residente num concelho vizinho, disse-me que em cada domingo, para participar na Missa dominical, andava hora e meia a pé. E se tivesse a sorte de encontrar boleia na viagem de regresso. Caso contrário, seriam três horas!!! E disse-o com alegria, com convicção, com entusiasmo. E acrescentou: "Quando deixar de poder vir até Cristo, que me levem Cristo a casa!"
Fantástico! Interpelante.
E aqueles que moram ao pé da Igreja e nunca lá põem os pés? E os que só lá vão se a Eucaristia tiver lugar na sua capela, na sua igreja, à sua porta? Entretanto dizem-se cristãos... Um cristianismo sem Cristo, sem comunidade, sem compromisso, sem sacrifício... Pergunto: foi desta maneira que Cristo nos salvou? Olhem ao menos para a Cruz.
Hoje temos gente que vai praticamente só duas vezes à Igreja. Quando o levaram para ser baptizado e quando o voltaram a levar para a Missa de Corpo Presente. Já pensaram que sentido terá celebrar a Missa de Corpo Presente por alguém que, durante a vida, nunca lá pôs os pés!? Então se, enquanto pôde, nunca quis a Eucaristia, vai-se-lhe impor agora que já não tem querer? Não haverá aqui uma grave violação da liberdade da pessoa? Entretanto, mate-se e enforque-se o padre se a não celebrar... Meu Deus, que mundo incongruente!

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