segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

O pai cai de joelhos...

Já lá vãos muitos anos. Mas esta história não esqueci. Sabe-me bem lembrá-la em cada Dia Mundial do Doente.

A doença caminhava firme e decidida, esganando em seus tentáculos toda a força de viver daqueles 11 anitos. O médico, conhecida sumidade, achava-se impotente para salvar das garras da morte o pequenito.
Certo dia, o miúdo pede aos pais que o levassem a Nossa Senhora de Lurdes. A mãe adere de imediato. O pai procura dissuadir o pequeno de realizar tamanha aventura. Além de não acreditar muito "nessas coisas", temia que ele não aguentasse a viagem, dado o seu enorme estado de fraqueza. O médico é posto ao corrente. Ateu confesso, a ideia desagradou-lhe de todo. Temia ainda que o petiz ficasse pelo caminho.
O rapazinho é que não se calava: "Quero ir ver Nossa Senhora!" E a sua frágil voz vencera. A mãe alimenta uma enorme esperança; o pai, no fundo, não quer ficar com o remorso de ver morrer o filho sem tentar tudo para o salvar; o médico, por brio profissional, acampanha-o.
Na Hora da Bênção dos Doentes, o Cardeal vai passando pelo meio deles, dando a Benção do Santíssimo Sacramento. Ao ver aproximar-se de si o Jesus, o miúdo ergue as mãozitas e abre os olhos para Ele. O Cardeal passa à frente. E eis que no silêncio do momento se ergue a voz sofrida e gritada do petiz:
- Jesus, não me curaste! Vou dizê-lo à Tua Mãe!
O Cardeal, comovido e tocado como todos os demais, volta atrás e dá-lhe de novo a Bênção. Eis o momento da força do amor de Deus! O pequenito sente-se curado, levanta-se, ergue os bracitos e grita:
- Jesus, Tu curaste-me! Bem-hajas, Mãe!
O pai cai de joelhos. O médico sente-se tocado, interrogado. Uma aragem agradável e leve percorre agora o deserto do seu ateísmo. Uma sensação única! Sentir o abraço de Deus que o toca.

Vibro sempre com esta história pelo que ela evoca em mim, pela envolvência de sentimentos, reacções e posturas perante a vida que me proporciona. Por isso, ainda hoje a partilhei na Eucaristia, não sem uma ponta de emoção.

Depois de um fim-de-semana exigente (e algo doente), uma segunda-feira com sete aulas, visita a doentes e Eucaristia, entre os assuntos de expediente e atendimento normais. Estive até há pouco a trabalhar para o jornal escolar. Mas estou cansado. Vou recolher-me num momento de oração para depois tentar descansar um pouco.
Boa anoite, amigos.

2 comentários:

  1. Uma história deveras tocante e bonita!
    A força da fé presente naquele menino e uma lição de vida para quem desespera sem esperar, para quem questiona o que não se explica, mas se sente!
    Obrigada pela sua partilha, sempre tão oportuna e certeira!
    Bom descanso e uma recuperação que não se faça esperar.

    Beijinho sereno

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