quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Igreja deve ter voz activa a favor dos pobres

Responsáveis da Pastoral Operária querem menos discurso «para dentro» e uma voz activa em questões sociais.

Os responsáveis pela Pastoral Operária no nosso país consideram que a Igreja Católica em Portugal está “virada para dentro” e tem uma “voz pouco activa”.

Os problemas do mundo são “gravíssimos”, aponta à Agência ECCLESIA o Pe. Luciano Nogueira, assistente nacional da JOC, acrescentando que “os portugueses enfrentam sério problemas”.

Assistentes dos movimentos da Acção Católica Operária, os responsáveis nacionais da Liga Operária Católica (LOC/MTC), a Juventude Operária Católica (JOC) e Movimento de Apostolado de Adolescentes e Crianças (MAAC), as Religiosas em Mundo Operário (REMO) e a Comissão Nacional da Pastoral Operária estiveram juntos num encontro para reflectirem sobre o discurso do Papa aos bispos portugueses e a recente encíclica papal “Salvos na Esperança”.

A Igreja está demasiado virada para dentro, sem perspectiva do exterior e do mundo que sofre”, argumenta o assistente nacional da JOC, que lamenta que as pessoas que se assumem como Igreja “não estejam do lado dos que sofrem”.

“É urgente que bispos, padres e leigos comprometidos estejam atentos às pessoas e ao problemas que têm de enfrentar”, continua.

Manifestar solidariedade com os mais pobres, os que são vítimas de um sistema económico e político que vota à marginalidade muitas famílias, sem emprego, em condições precárias, sem segurança, com limitações económicas”, constituem um quadro de sérias dificuldades.

A Igreja, apesar de documentos importantes sobre Doutrina Social, “não passa à prática e ao concreto”, denuncia o Pe. Luciano Nogueira, que pede que se perca o medo de “ter uma voz activa, de ficar do lado dos mais pobres”.

O Pe. Nogueira explica que a Igreja tem a obrigação de fazer pressão e denunciar.

A pastoral operária está empenhada neste compromisso. Os movimentos de acção católica “estão com as pessoas que precisam”, mas querem dialogar com as restantes estruturas da Igreja para encontrar respostas para esta mudança.
In ecclesia

2 comentários:

  1. Este post trouxe-me, novamente, ao pensamente um texto que, por mero acaso, tive oportunidade de ler na Voz de Lamego da passada semana.

    Referia o Diácono em estágio pastoral (não sei se é assim que se diz) em Penedono que, à volta do Natal/final de ano, o centro pastoral/paroquial(?) de Penedono tinha promovido 2 ou 3 bailes com os idosos, um parece-me em parceria com o pároco de Ferreirim!
    Prometia, o mesmo Diácono, promover um baile de carnaval! Não sei se o realizou e se foi um sucesso! Também não me interessa!

    Não sei se é este tipo de actividades que se espera da Igreja! Também não sei se é desta forma que a Igreja deve deixar de estar voltada para dentro! Também não sei se é esta mudança que o Papa terá pedido aos Bispos portuguegues para promoverem!

    Retenho do texto do Sr. Diácono que nenhuma vez fala de Deus, Cristo, oração ou qualquer outra palavra que leve as pessoas até Deus!

    É triste que em Portugal no séc. XXI, que se orgulha da realização de grandes eventos (campeonato europeu de futebol, presidência da UE, cimeira de Lisboa, etc), não consiga acudir a situações de pobreza!

    Já agora: se acabassem os pobres deixava de haver necessidade de Igreja?

    Sou do tempo em que, depois de uma semana de pregação/oração, o pároco abandonou a paróquia porque, imagine-se, o povo (um grupo provavelmente não praticante) teimou em promover um arraial com um conjunto!

    Se fosse vivo, o que diria da promoção de bailes por diáconos/padres?!

    Provavelmente tenho de ser eu a mudar e deixar de tentar encontrar Deus através da Igreja!

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  2. Obrigado pela sua presença e pela sua reflexão.

    Bento XVI afirmou em tempos que a maior riqueza que a Igreja poderia oferecer ao mundo é Jesus Cristo. Uma Igreja totalmente centrada em Cristo para de descentar ao mundo.
    Não tenho nenhum direito - nem o quero fazer - de julgar as situações que apontou.
    Sei é que o Evangelho nos manda ser "luz", "sal", "fermento". Aliás João Paulo II afirmou que o caminho da Igreja é o homem.
    Uma Igreja sempre em conversão, centrada no Seu Senhor, preocupada em anunciar o Evangelho de sempre ao homem de cada tempo, em linguagem e gestos que este entenda.
    Penso que a profecia, vivida e anunciada, é um elemento estruturante da evangelização. Certamente, esta dimensão não será a mais visível na Igreja que está em Portugal. Precisamos de a descobrir.
    Volte sempre.
    Muita paz em Cristo, o Senhor.

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