segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Jovens portugueses sem dinheiro para continuarem a estudar

Inquérito da Comissão Europeia revela uma «triste» realidade, diz a coordenadora do Movimento Católico de Estudantes

 Um inquérito promovido pela Comissão Europeia aponta Portugal como sendo um dos países onde os jovens mais dificuldades têm para prosseguirem com os estudos, devido à falta de meios económicos.
De acordo com o relatório, subordinado ao tema “Educação para o Emprego: Pôr a Juventude Europeia a Trabalhar”, 38 por cento dos portugueses inquiridos assumem que gostavam de continuar a estudar mas não têm possibilidade de pagar os custos.
Em declarações prestadas hoje à Agência ECCLESIA, Tatiana Costa, coordenadora do Movimento Católico de Estudantes, considera esta situação “triste” num país com tanto potencial, que já demostrou ao mundo ser capaz de produzir “bons profissionais”.
A responsável realça que, mesmo entre os jovens que chegam à universidade, a contenção de custos é uma realidade cada vez mais presente.
“Nota-se muito aquela questão de não ir a determinado sítio ou de comer em casa para não gastar dinheiro”, exemplifica a responsável do MCE.
O inquérito da Comissão Europeia, hoje apresentado em Bruxelas, envolveu 5300 jovens, 2600 empregadores e 700 instituições educativas dos oito países com mais desemprego jovem da União Europeia: Alemanha, França, Espanha, Grécia, Inglaterra, Itália, Portugal e Suécia.
Entre os motivos que mais contribuem para a dificuldade dos jovens em continuarem com os estudos, destaque para o valor das propinas e a obrigação de muitos estudantes terem de sair da sua área de residência.
Outros dois dados significativos, declarados pelos jovens portugueses: 31 por cento dos inquiridos disseram não terem tempo para estudar, por terem de trabalhar, e apenas 47 por cento destacaram a importância dos seus estudos pós-secundário para a entrada no mercado de trabalho.
Tatiana Costa recorda os muitos casos de jovens que terminaram a universidade e que estão a trabalhar numa área profissional que nada tem a ver com a área de formação e também aqueles que tiveram de ir para fora do país, em busca de um futuro melhor.
“É desmotivante estar-se a tirar um curso para trabalhar cá e ajudar o país e depois não ser dada essa possibilidade”, aponta a coordenadora do MCE.
O movimento está neste momento a apostar em iniciativas de apoio monetário aos estudantes.
De acordo com Tatiana Costa, está em curso a preparação de um projeto, provavelmente “uma corrida, em que os fundos da inscrição revertam a favor de instituições que ajudam os estudantes com dificuldades económicas”.
In agência ecclesia

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