quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Como ser feliz? Não tendo filhos?

 Recente estudo sobre a relação entre felicidade e filhos apresenta notáveis lacunas



O segredo de um casamento feliz é não ter filhos?

Esta foi, pelo menos, uma das principais conclusões de um estudo finalizado em novembro de 2013 pela Open University, do Reino Unido, e apresentado na semana passada na Biblioteca Britânica. Intitulado "Relações de casal no século 21", o estudo comparou pais casados e solteiros com casais sem filhos e concluiu que os casais sem filhos estavam mais satisfeitos com o relacionamento e mais propensos a se sentir valorizados na relação.

Coordenado pelo Dr. Jacqui Gabb e financiado pelo Conselho de Pesquisa Econômica e Social, o estudo pediu que 4.500 entrevistados descrevessem a sua satisfação geral no atual relacionamento. Homens e mulheres sem filhos tenderam a avaliar a sua relação como "muito positiva" e disseram sentir-se mais valorizados pelo respectivo parceiro em comparação com os casais com filhos. Mas o estudo também descobriu que as mulheres sem filhos estavam menos satisfeitas com a vida em geral, e que as mães eram mais felizes do que os outros entrevistados, fossem homens ou mulheres, mesmo nos casos em que a relação delas com o parceiro não fosse bem sucedida.

As mulheres se mostraram duas vezes mais propensas do que os homens a dizer que os filhos são o que há de mais importante na sua vida; já os homens, inclusive os pais, tenderam a classificar a parceira como o mais importante. Os pais foram duas vezes mais propensos do que as mães a listar a "intimidade sexual" como fator muito importante e citaram a falta de intimidade como o maior problema no relacionamento.

Sem surpresas, o estudo constatou que as exigências da criação dos filhos deixaram os pais com menos tempo para o próprio relacionamento.

Um dos aspectos do relacionamento que os pesquisadores não abordaram, porém, foi o efeito dos compromissos espirituais na vida dos indivíduos. Os entrevistados na pesquisa online foram divididos por idade, sexo, estado civil e orientação sexual: não houve nenhuma pergunta sobre a sua fé. Será que a crença em Deus e o apreço pelo significado mais profundo da vida não teriam tido um efeito profundo na satisfação pessoal, mesmo durante os períodos de estresse? Será que o privilégio de compartilhar da criação de Deus através da concepção e da criação de um filho não traz uma alegria sem igual para ambos os pais, mesmo imersos em responsabilidades superiores a qualquer outra que eles tenham experimentado antes da vinda dos filhos?

Em segundo lugar, o estudo deixou de considerar um fato que pode ser óbvio para os casais há muito tempo juntos: que os relacionamentos passam por fases e que, embora haja menos tempo para si mesmos durante os anos agitados da criação dos filhos, os parceiros que assumiram um compromisso de vida um com o outro como casal podem voltar a encontrar profunda intimidade quando os filhos já estão crescidos.

Mas o maior defeito da pesquisa do Dr. Gabb e da sua equipe parece estar na sua definição de "felicidade".

O Dr. Peter Kreeft, do Boston College, menciona três tipos de realização pessoal: o primeiro tipo, o "prazer", envolve o corpo. O segundo tipo, a "alegria", que é mais do que prazer, está na mente e nos sentimentos. E, mais intenso do que a alegria, o terceiro tipo é a "felicidade”, a satisfação que brota do fundo do coração, do espírito, do centro de si mesmo. O estudo da Open University parece focar apenas no prazer da intimidade sexual do casal e na “alegria” entendida como a percepção de cada parceiro sobre o quanto o outro o valoriza.
Fonte: aqui

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