segunda-feira, 29 de outubro de 2012

"¿Por qué no te callas?" ou ¿Por qué te callas?

O bispo das Forças Armadas e de Segurança disse este domingo que é necessário reconquistar a independência económica e financeira do país sem sobrecarregar os mais necessitados.
Na homilia da missa do Dia do Exército, a que presidiu nas Caldas da Rainha, D. Januário Torgal Ferreira recordou ensinamentos da Doutrina Social da Igreja como “a distribuição dos bens, o justo salário, o impedimento da confiscação”.
Os cuidados a crianças, idosos ou abandonados, acrescentou, “não podem ser impedidos”.
Falando aos militares, o prelado defendeu que estes devem “garantir um Estado de Direito” e a “estabilidade da paz”, em momento de “desconfiança”
“Nós não permitiremos que, por esta vil tristeza, a pátria que deu tanto trabalho a tantos se possa perder, como todos os dias temos andado a assistir”, disse, na igreja de Nossa Senhora da Conceição.
In ecclesia

"¿Por qué no te callas?"
¿Por qué te callas?
 
"¿Por qué no te callas?" ("Por que não te calas?") foi uma frase dita pelo rei Juan Carlos de Espanha ao presidente venezuelano Hugo Chávez durante a XVII Conferência Ibero-Americana, realizada na cidade de Santiago do Chile, no final de 2007.
A frase ficou célebre e correu mundo.
 
A propósito de D. Januário, tenho ouvido frequentemente pessoas que lhe aplicam a mesma pergunta: "Por que não te calas?"
Nem sempre concordo com D. Januário no modo como coloca as questões e as formula. Mas admiro-lhe a coragem, a profecia, o destemor, a fidelidade ao Evangelho.
Punhamos a questão. Se por hipótese absurda, Cristo tivesse posto a profecia de lado, acham que o teriam crucificado?  Teria sido um homem bom, justo, íntegro, piedoso, arrebatador de multidões, místico, bom comunicador, operador de milagres...  Mas inofensivo para os poderes instalados e para a mentalidade reinante. Penso que nada de especialmente grave lhe teria acontecido...

A pergunta desta hora, na minha opinião, deve ser exactamente ao contrário: "¿Por qué te callas?", Igreja que estás em Portugal?
"O homem é o caminho da Igreja, e Cristo é o caminho do homem", segundo o pensamento de João Paulo II. E Bento XVI disse aos Bispos Portugueses aquando da Visita Ad Sacra Limina, "é preciso mudar".
A grande maioria dos nos Bispos está demasiado calada. O profetismo? Metido "na gaveta". Muito preocupados com a "santa prudência", procuram nada dizer que os comprometa. Assim, os problemas serão menores...
Resulta uma Igreja demasiado fechada em si própria. Os "nosso" sínodo, as "nossas" comemorações, o cumprimento das "nossas" leis canónicas, a "nossa" piedade, as "nossas" manifestações religiosas...
Mas só uma Igreja aberta ao mundo, suas angústias, preocupações e alegrias, será mobilizadora. A Igreja só cresce quando se abre. Fechada estagna e afasta.

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