O grande desafio deste ano é aprofundar a fé, viver a fé.
O Santo Padre foi muito feliz ao dizer-nos que a fé é uma “porta”, porque nos abre para um caminho difícil, uma espécie de peregrinação dolorosa. Não se trata apenas de uma atitude intelectual, mas de uma mudança de vida.
Depois, interessa valorizar os conteúdos da fé (estão pobres no povo de Deus). O Catecismo da Igreja Católica é o grande instrumento, assim como o Youcat, para os jovens.
Quando eu digo “eu creio”, o que é que isso significa? Tomo isso a sério?
O Santo Padre sugeriu que, na oração pessoal, as pessoas rezem o credo, e não só a Ave-maria.
Em terceiro lugar, a “Porta da Fé” sugere também que esta fé é a fé de um povo, a fé da Igreja. Tem uma longa tradição. Isso relativiza o que na nossa época, marcada pelos individualismos, pode ser preocupante: dizer “eu acredito como acho que tenho de acreditar”.
A fé é um dinamismo de renovação pessoal da vida - a isso chama-se vocação à santidade - e é um desafio de anúncio, de ser testemunha. Os grandes crentes foram sempre testemunhas, não da fé pessoal, mas da fé da Igreja.
Nesta época, depois da pós-modernidade, de criatividade individualista, gostaria de acentuar que cada um de nós não tem a sua fé. Pertence a um povo, tem a fé da Igreja. Depois o anúncio: ter fé é empenhar-se no anúncio.
Vamos ver se conseguimos fazer uma espécie de peregrinação, ao longo deste ano, em que a fé seja mais conscientemente vivida.
Patriarca de Lisboa
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