1. Oxalá esteja enganado. Não espero demasiado - para não dizer que espero pouco - do Ano Sacerdotal que amanhã se inicia. Pelo que ouvi e li, apetece-me dizer: "Lá vem mais do mesmo."
Será este o caminho? É que, como diz o povo, podemos estar a chover no molhado...
As grandes questões com que se debate o padre hodierno parecem-me longe do envolvimento do Ano Sacerdotal. Cheira-me à costumada insistência na espiritualidade e nas obrigações sacerdotais.
Em tempos, li que um sacerdote de uma diocese vizinha agradecia a um Bispo auxiliar, que entretanto fora nomeado titular de outra diocese, o facto de o ter ajudado a redescobrir a beleza do serviço paroquial. Se ao menos o Ano Sacerdotal contribuir para isto, já terá valido a pena.
Há muitas iniciativas perante as quais fico de início de pé atrás e depois algumas deixaram-me feliz. Há outros a que aderi entusiasticamente e no fim deixaram-me vazio. Vamos ver. Que o Espírito de Deus nos liberte e nos seduza!
2. Quem faz uma longa viagem, precisa de parar uma vez ou outra para descansar, recarregar forças, descontrair, alimentar o veículo. Ora ainda nem saímos do Ano Paulino e já estamos a entrar no Ano Sacerdotal!!? Para quê esta pressa? Não seria de dar um tempo para assimilar, meditar, accionar, aplicar, concretizar, saborear? "Vinde e descansai um pouco"- dizia Jesus aos discípulos.
Há políticos e responsáveis de instituições que, perante problemas graves que aparecem na sociedade ou nessas instituições, procuram desviar a atenção das pessoas, soltando "lebres" que façam desviar a atenção das gentes dos verdadeiros problemas... Não estará a Igreja a correr o mesmo risco?
3. Uma das situações pastorais que há muito me preocupam é a sobrecarga de temáticas no ano litúrgico. A nível universal, diocesano e paroquial. E penso que tempo e disponibilidade fica para a Palavra de Deus...
É a Semana das Missões, é a Semana dos Seminários, é a Semana das Vocações, é a Semana da Cáritas, é a Semana da Vida, é o Dia da Paz, é o Dia das Comunicações Socais, é, é, é... E já nem sequer falo dos peditórios que são em catadupa! Pouco tempo para o "estar", demasiado tempo para o "fazer".
Que o Espírito de Deus ilumine o Seu povo a descobrir os ritmos da caminhada e nos conduza ao novo da surpresa divina.
de tudo li com gosto -gosto daqui de Deus de ti padre -sem conhecer- talvez conhecendo (não li na liturgia? 'não conhecer a ninguém mais de modo humano' que será isso?)
ResponderEliminarespera padre
espera
É verdade!
ResponderEliminarA ver vamos de a chama de Deus motiva e faz-se notar em muitos...
Precisamos de Deus...