quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Isto de ranking tem muito que se lhe diga...

1. Promove-se uma corrida pedestre. Os candidatos são divididos por grupos diferentes. Num grupo, alinham os atletas com melhor alimentação, melhor preparação, melhor formação atlética, melhores expectativas; no outro grupo corre o resto, todo o resto. O resultado adivinha-se. Naturalmente que o primeiro grupo sai vencedor.
Comparar os resultados das escolas públicas com os das escolas particulares parece-me algo completamente descontextualizado.
A escola pública, porque inclusiva, aceita toda a gente; as privadas escolhem os seus alunos. As privadas, porque caras, não estão ao alcance de todos, são os que têm mais posses que podem escolher para os filhos esse tipo de ensino. Logo essas crianças e jovens têm outro acompanhamento familiar, outros incentivos, outras motivações, outras expectativas. Claro que reconheço que nos colégios há outra disciplinar, que possibilita melhor ritmo pedagógico e melhores aprendizagens. Depois é diferente uma escola com 100 ou 200 alunos e uma escola com 800, 1000, 2000. As condições, a proximidade, são outras...

2. Vários grupos, equitativos na diversidade, partiram do Castanheiro do Ouro para Santa Helena em marcha de corrida. Resultado, foram poucos os que conseguiram vencer com êxito a prova... Foi difícil.
Então, no ano seguinte, encurtou-se e simplificou-se o percurso. Foi só do Castanheiro do Ouro até à Câmara Municipal. Resultado, êxitos estrondosos. Quase toda a gente atingiu a meta em bom tempo.
Claro que veio logo a terreiro a organização da prova a propagandear os rotundos êxitos alcançados, graças à boa organização, às medidas tomadas, à preparação dos atletas, ao empenho dos instrutores....
Só que a organização foi tão boa que se esqueceu de planear tudo devidamente ou algo lhe fugiu do controle. E a um grupo, em vez de se marcar a meta na Câmara Municipal, colou-se em Várzea da Serra. Resultado, esse grupo teve piores resultados do que no ano anterior.

Vejam se não será uma história parecida com o que se passa nos exames nacionais.
Convém, por isso, que estejamos todos atentos e não nos deixemos "comer pela propaganda da organização, neste caso do governo". Que em propaganda é imbatível. Assim fosse em obras!

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.