quarta-feira, 22 de outubro de 2008

DIZ QUE É UMA ESPÉCIE DE HUMOR

Confesso que, como toda a gente, aprecio o bom humor, como aprecio a boa literatura, a boa arte, a boa conversa. Haverá alguém que aprecie o que não é bom? Deus é humor, como alvitra Félix Uribe, e, sendo a suma bondade, o humor de Deus só pode ser sumamente bom. Por conseguinte, o que não é bom não se aproxima de Deus.

Confesso também que não percebo a razão para tanto êxito dos Gato Fedorento. É tudo tão previsível, tão formatado, tão estereotipado e tão standard que qualquer um é capaz de prever o programa subsequente ou a piada seguinte. Talvez seja essa mesmo a causa: fazer o que toda a gente espera. Mas chamar bom àquilo, francamente.

O humor, para ser bom, não tem de ser achincalhante. Se tudo (desde a velocidade até à duração da própria vida) tem limites, porque é que o humor não há-de ter limites? Ou será que a boçalidade tem de ser um ingrediente do humor? Vasco Santana ou António Silva faziam rir as pessoas sem baixarem de nível. Raul Solnado, que nem é nada conservador, já verberou os (des)caminhos que o humor está a trilhar em Portugal.

Que se satirize o Magalhães, vá que não vá. Mas que, para realizar tal sátira, seja necessário brincar com a Santa Missa é uma distância que não deveria ser percorrida. É claro que com outras religiões não brincam assim. Daí que, mesmo mansamente, não possamos deixar de lavrar o nosso veemente protesto.

Confira http://oinimputavel.blogspot.com/2008/10/gatos-fedorentos-ridicularizam-catlicos.html

In http://padrejoaoantonio.blogs.sapo.pt/

2 comentários:

  1. O gato fedurento faz-me lembrar uma quadra cantada pelo meu avô.

    Quem trabalha ganha o pão
    Não como o pão de ninguem
    Quem não ganha o pão que come
    Come sempre o pão de Alguem.

    Antonio Assunção ( voz do Goulinho )

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  2. Vi esse videozito e... achei graça. Reconheço, Sr Padre. Até o enviei para colegas tendo no entanto o cuidado de deixar bem salvaguardado o facto de não querer, de modo nenhum, desrespeitar a Igreja! Nunca... Hoje mais do que nunca, ela tem que constituir-se e afirmar-se como uma forma alternativa de viver.
    Mas, fazendo algum distanciamento e analisando bem a mensagem, o humor do videoclip é inteligente... Concretizo: é ou não verdade que os nossos governantes atribuem, ao Magalhães, a "sacralidade" que não tem nem nunca terá?
    Não me senti minimamente ofendida enquanto cristã que sou:) Mas atenção... só falo por mim... Se calhar Deus também não:))))
    Um abraço


    Um abraço

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