“A curto prazo” não será de esperar qualquer reforma sobre a doutrina da Igreja a respeito do papel das mulheres na Igreja Católica e ao acolhimento de católicos que se assumem como LBTQI+"
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Quando a entrevistadora o confronta com a possibilidade de ordenação de mulheres diáconos, um tema que foi objeto de debates nas sessões de 2023 e 2024 do recente Sínodo e proposto por diversas igrejas locais, o Papa afirma que “não tem qualquer intenção de mudar o ensinamento da Igreja sobre o assunto” a curto prazo.
Ao mesmo tempo, nesta que é a sua primeira entrevista desde que foi eleito em maio deste ano, Leão diz desejar “continuar no caminho” do Papa Francisco, seu antecessor, “nomeando mulheres para cargos de liderança em diferentes níveis da vida da Igreja
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Sobre eventuais alterações doutrinárias relativamente a questões de género ou de novos modelos de família, como o reconhecimento do casamento entre pessoas do mesmo sexo, o Papa Leão reconhece tratar-se de problemas “sensíveis e polarizadores”, cabendo-lhe a ele não “incentivar a polarização dentro da Igreja”.
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Relativamente ao acolhimento das diferentes realidades e das pessoas que as vivem, o novo Papa afirma partilhar do espírito de Francisco, quando, na Jornada Mundial de Juventude, de Lisboa, enfatizou a ideia do acolhimento a “todos, todos, todos”, mas sem que tal implique mudanças na doutrina estabelecida. “Estão todos convidados, mas não convido ninguém pela sua identidade particular”, enfatiza.
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O modelo da família tradicional – “pai, mãe e filhos” – cujo “papel, por vezes, sofreu nas últimas décadas, deve ser reconhecido e fortalecido de novo.”
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A entrevistadora coloca-o perante os problemas dos abusos e violências, nomeadamente sexuais, perpetrados por membros do clero. Nesta frente, Leão XIV considera que a instituição que governa deve continuar a apoiar as vítimas com “genuína e profunda compaixão”, entendendo, contudo, que a questão “não pode tornar-se a prioridade da Igreja”.
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Leão XIV lembra que a crise foi agudizada com a paragem de uma das grandes fontes de financiamento – os museus do Vaticano, devido à pandemia. Porém, acrescenta o bispo de Roma, as viagens e as visitas foram retomadas e a normalidade foi-se instalando. Acresce que, neste ano jubilar, se tem registado um aumento do número de turistas, tudo convergindo para uma melhoria da situação.
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