domingo, 26 de outubro de 2008

Quanto mais exigentes somos connosco próprios, mais tolerantes seremos para com as fragilidades alheias

Uma pessoa que leva uma vida escorreita, limpinha, cristalina, normalmente é tolerante e activamente compreensiva em relação àqueles que falham. Não deixa de chamar ao mal, mal; contudo procura seguir a máxima: "condene-se o pecado, mas salve-se o pecador."
Por outro lado, há quem se oriente por "vícios privados, públicas virtudes". A uma vida privada moralmente devassa, procura corresponder com a imagem pública de pessoa de bem. Ora, por regra, tais pessoas são arrogantes, autoritárias, inflexíveis para com aqueles que falham na vida. É a lei das compensações: se não se é, procura parecer-se. O farisaísmo no seu melhor.
Muitos pais, com vidas privadas menos recomendáveis, são depois de uma desconfiança, de um autoritarismo imposicionista sem medida em relação aos seus filhos.

Havia no meu tempo de menino uma canção brasileira cuja letra já não recordo precisamente.
Mas andava por aqui:

Senhor, aqui estou de joelhos
Trazendo os olhos vermelhos
De tanto, tanto chorar.

Sei que muito errei
E pelo meu pecado transgredi
Os mandamentos da Vossa Lei.

Penso que a canção transmite o mais importante. Perante o pecado, a falha, a queda, só resta a humildade grande da entrega ao Senhor cuja misericórdia é sem limites, cujo amor refaz por dentro, cuja providência abre caminhos de futuro.
Perdoados para perdoar; compreendidos para compreender; amados para amar; ajudados e amparados para apoiar.

Alguém me dizia uma vez que teve muitas falhas, que não era exemplo nenhum para ninguém, mas que aprendera à sua custa a ser mais tolerante, mais compreensivo, a ter mãos no coração para apoiar, incentivar, ajudar aqueles que caíram na vida ou a quem a vida empurrou para a queda.

Senhor, que nesta semana sejamos mais humanos, mais tolerantes e compassivos em relação ao próximo que falha. Sejamos menos juízes e muito mais irmãos, sabendo ajudar, amparar, estimular os corações feridos pelas quedas da caminhada.
Dá-nos, Senhor, um coração belamente humilde, que saiba reconhecer as quedas, erguer-se ao Teu perdão, semeando depois no mundo a esperança de um futuro ressuscitado.

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