Num país onde a iliteracia tem um imenso monopólio, a papelada é rainha.
Não sei se haverá muitos países nos mundo tão adoradores da burocracia do papel.
Para tudo e para nada são precisos montes de papéis.
Mais, criou-se a a dependência anestesiante do papel. Como parece que ninguém confia em ninguém, então é preciso que as pessoas escrevam, preencham resmas de formulários, façam montanhas de requerimentos, actas intermináveis das reuniões.
Nas escolas, nem lhes digo nem lhes conto... É abalroante a papelada.
Nas relações com as instituições estatais, está à vista. Nada se consegue sem resmas de papelada. E como depois essa papelada tem que ser lida (será?), analisada, corrigida, despachada, imaginam o horror de tempo que é preciso para se conseguir algo, por mais simples que seja, com o consequente cortejo de aflições, impaciências e prejuízos graves.
Ouvi médicos a queixar-se que é tal a burocracia de papéis que depois lhes falta tempo para o essencial: os doentes.
Bem, com os professores então nem comento...
Ouço gente a queixar-se que os tribunais estão mais preocupados com os papéis do que com a real situação das pessoas.
E muita gente diz que na construção de uma casa, o mais cansativo e esgotante é fase da papelada. Imaginem, as pessoas sentem que é mais difícil a burocracia do que a construção. Em que país estamos???
Antigamente, dizia-se que a palavra de um homem era uma escritura. Hoje, segundo uma ideia muito ligada ao mundo do futebol, o que agora é verdade, amanhã pode ser mentira.
Perdeu-se a liberdade da fidelidade, caiu-se na ditadura da burocracia.
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