quarta-feira, 22 de julho de 2009

A dança das transferências

Em tempo de crise, custa a acreditar as fortunas loucas que alguns clubes gastam com a aquisição dos passes de jogadores.
Desde logo o Real Madrid que despendeu loucuras com a aquisição dos passes de alguns dos seus novos atletas, o que possibilitou a entrada de dinheiro nos bolsos de outros clubes que, por sua vez, adquiriram assim a possibilidade de "comprar caro."
Por cá, o mais vendedor foi o FC Porto, que figura em 3º lugar na lista europeia dos clubes que mais ganharam com a venda de passes de jogadores. Mas, pelo que tenho lido, não foi o clube português que mais gastou em aquisições. Nesse aspecto, o 1º lugar cabe ao Benfica.

Quero compartilhar aqui três ligeiras reflexões.

1. Exceptuando o Sporting, que jogadores vindos das suas escolas têm promovido os outros clubes? Que significado terá para os jovens portugueses esta barreira? Sabem que, por mais qualidade que revelem, chegados aos seniores, serão preteridos em favor de outro futebolista vindo da América Latina (especialmente)... Com os jogadores adquiridos lá fora, há toda a paciência, até porque os seus passes custaram dinheiro que as SADs querem rentabilizar. Com os jogadores jovens advindo das escolas de formação, não há paciência nenhuma. Saltam para os empréstimos até se perderam, por norma.
Só um caso. Por que razão não houve para nenhum jogador das escolas do FCPorto a mesma paciência revelada em relação ao Mariano?

2. Numa coisa concordo com o Bloco de Esquerda. Há que taxar convenientemente as grandes fortunas. Ora se os clubes gastam rios de dinheiro em contratações, seria de se lhes exigir que pagassem mais ao Estado, muito mais. Dois milhões de pobres só em Portugal clamam por justiça social!

3. Expressões como aquelas que aparecem na boca de dirigentes e jogadores deviam ser proibidas pela UEFA e pela FIFA. " Eu fui vendido ao..."; "Vendemos o jogador tal por ..."
Tanta repulsa por formas de escravatura do passado. Justa, aliás. Nenhuma repulsa por palavras e acções que testemunham a nova escravatura. Escravatura de luxo, mas escravatura.
Que os clubes que formaram ou valorizaram um atleta sejam recompensados por tal, tudo bem. Agora vender e comprar pessoas???!

1 comentário:

  1. Excelente reflexão, Sr. Padre Carlos!
    Julgo que os dinheiros do futebol servem hoje para branqueamento de capitais. Se não fôra assim, não se consegue explicar onde se vai buscar tanto dinheiro, para pagar essas somas astronómicas aos jogadores.
    Na verdade, a quotização dos sócios nem deve dar para o gasto mensal da manutenção da relva dos estádios...!

    Até quando durará esta imoralidade e esta loucura dos multimilionários do futebol...?!

    Paz e Bem em Nosso Senhor Jesus Cristo.
    Evágrio Pôntico

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