Funerais
Hoje eles, amanhã nós.
Ir a um funeral e ficar cá fora a fazer barulho, exactamente quando a família está num enorme sofrimento, que sentido tem? Que solidariedade é essa?
E volto ao essencial. A parte mais importante das cerimónias fúnebres é a Missa de Corpo Presente.
Recordo a palavra de um velho amigo há alguns anos falecido. Ele não tinha fé. Dizia-o com pena. Mas contava que sempre que era convidado para um baptizado, um casamento ou participava num funeral, nunca ficava cá fora. Ia para dentro e portava-se com elevação. Explicava que se o convidaram era porque o consideravam como amigo e que gostavam de o ter presente, sintonizado com os momentos importantes que os amigos viviam.
Pelo respeito que a pessoa falecida lhe merece, pela solidariedade que a família enlutada precisa, pela concentração pessoal que o mistério da morte suscita, pela única prenda que os mortos precisam – a oração – não fique fora, entre, participe, exerça a solidariedade.
Há pessoa que pensam que pegar numa cruz, numa opa, numa lanterna durante um funeral não é digno da sua posição. Têm vergonha. Isso é lá para os outros… Entretanto são os mesmos que criticam quando não há quem pegue nas alfaias… É cá uma coerência!!! Participar activamente num funeral é um gesto humano belamente rico, fraterno, amigo.
Um cortejo fúnebre deve ser um momento de profundo silêncio, de oração pessoal e de reflexão sobre a leitura da vida à luz da morte.
“Lembra-te, ó homem, dos novíssimos e não pecarás.”
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