Foi um dia de emoções fortes, de muita preocupação, a exigir grande concentração. Para mim, para a comissão, para todos os que têm algum trabalho ou responsabilidade.
Depois da Procissão do Adeus, houve uma reunião entre o Conselho Económico e o senhor Presidente da Câmara. No rosto de todos, queimado pelo calor que se fizera sentir, aparecia bem notório o cansaço. Apesar de tudo, todos deram o seu melhor, a reunião foi frutífera e o cansaço dava agora lugar à satisfação de quem trabalha em prol do bem comum, sem outra recompensa que não seja a consciência do dever cumprido.
Seguiu-se o "arrumar da tenda", com as pessoas a recolher bandeiras, postes, bancos, etc. Por fim, uma ligeiríssima refeição, pois o cansaço era maior do que a fome.
Quando, antes de regressar, passei pela capela para dizer um obrigado sentido a Deus por intercessão da Senhora das Dores e de Santa Helena, senti uma enorme nostalgia. Saudades de um dia que me deixou esgotado. Estranho! Mas Santa Helena é assim.
Nestes dias, todos somos poucos. Azáfama na cozinha para preparar as refeições. Azáfama para orientar, resolver situações, enfrentar algumas incompreensões. Azáfama na orientação do trânsito para que o movimento fluísse, ninguém estorvasse ninguém, todos se respeitassem. Azáfama no entendimento aos irmãos da Irmandade de Santa Helena para que pudessem ser bem atendidos. Azáfama na venda de recordações para que os interessados pudessem levar um "recuerdo" de Santa Helena. Azáfama na liturgia para que nada faltasse, tudo surgisse na altura certa, as Eucaristias e as procissões tivessem a dignidade compatível. Azáfama no confessionário ao qual se dirigiram muitas pessoas em busca do perdão de Deus que nos refaz por dentro. Azáfama para que as esmolas das pessoas fossem total e condignamente respeitadas. Azáfama para resolver os mil e um pormenores que sempre surgem no complexo isolamento da serra e na diversidade de respostas que é preciso dar às pessoas. Azáfama no som, condição indispensável para a celebração condigna.
Em muitos anos, já passei por muitas e diversas festas. Nada que se compare a Santa Helena no esgotamento e na felicidade.
Tudo correu na perfeição? Claro que houve falhas. Por mais que se projecte, que se esteja atento e por mais que se tenha experiência, onde houver humanidade há a possibilidade de lacunas. Procuraremos, como é timbre das comissões, fazer melhor para o ano.
Mas, no geral, correu bem. Bastante gente apesar da crise. Houve paz, serenidade, entreajuda, compreensão. Houve o testemunho de tanta gente que nos edificou com a sua fé. Houve a doação de tantas pessoas até à exaustão.
Um dos grandes problemas de Santa Helena é o aspecto económico. As receitas são poucas e as despesas e vontade de melhorar são muitas. Este ano, então, as receitas caíram a pique. E sem ovos não se fazem omeletas!!! Não fosse a ajuda da autarquia, e não iríamos longe... Temos sonhos e projectos. Mas temos também os pés assentes na terra.
Obrigado a todos, começando pelos peregrinos que nos visitaram, passando pelo Conselho Económico e pelos que trabalharam naquela casa, continuando pelos corais, leitores, sacristão, condutor da carrinha, ofertantes de donativos para a casa e a capela, zeladoras da Irmandade, novenistas, amigos! Um obrigado sentido ao Presidente da Câmara e da Junta de Freguesia.
Parece que não é só Coimbra que tem encanto na despedida...o santuário de Santa Helena é "um paraíso perdido"... parece que estamos no céu.
ResponderEliminarNão há palavras para descrever tanta beleza.
Este local fantástico aliado à companhia dos amigos é simplesmente: perfeito!
Red Angel