Quando vou de férias, procuro estar atento aos comportamentos sociais das pessoas, mormente no âmbito familiar.
Este ano, chamou-me a atenção um facto que não havia observado consistentemente nos anos anteriores. Vi muitos irmãos mais velhos a brincar e a cuidar dos irmãos mais novos.
Será a redescoberta do espírito familiar, tão abespinhado por uma certa “cultura reinante”?
Observei bastantes vezes que aqueles que deviam fazer da sua forma de estar na estrada um exemplo e um modelo de civismo estão muitas vezes longe desse ideal. Refiro-me aos que fazem do carro o seu modo de vida. Realmente, durante estes dias, não me apercebi de gestos de simpatia e de cortesia por parte dos taxistas, sempre incapazes de dar uma folguinha para entrar um carro nos espaços de maior congestionamento.
Quando me apareceu a conjuntivite, tive que recorrer ao médico. Como era sábado e o hospital ficava bastante longe, dirigi-me a uma clínica particular.
O atendimento foi correcto, mas os não mais de 5 minutos que o médico gastou comigo saíram-me bem caros: 85 euros!!!
Quando me dirigi à farmácia para comprar os medicamentos, a pessoa que me atendeu disse-me que estes não eram comparticipados. Paguei tudo do meu bolso. O senhor não resistiu e comentou: “Qualquer dia as pessoas têm que morrer à força! O governo está a cortar cada vez na comparticipação!”
Claro que eu tive quem me transportasse de graça. Se além dos remédios e da clínica tivesse que pagar o táxi, cem euros não chegariam. E se fosse um reformado, daqueles que recebem uma pensão de miséria? Teria que passar fome o resto do mês!
Realmente a medicina está pela hora da morte. O serviço público não dá vazão e não pára de fazer subir as comparticipações dos cidadãos; o serviço privado é super-caro. Não se compreende que num país com tão baixos salários as clínicas e os privados pratiquem preços desta ordem!!! É um absurdo.
Repugna-me o capitalismo selvagem, mas tenho que admitir que há pessoas que merecem ganhar mais. Porque investem, são perspicazes, arriscam, criam riqueza para a comunidade.
Informaram-me que, quando o actual proprietário comprou a Herdade do Esporão, mandou vir da Austrália técnicos entendidos na plantação, tratamento e fabrico do vinho, segundo modelos modernos.
O mimo que é hoje aquela herdade em expansão tem muito a ver com o carácter empreendedor e ousado do seu proprietário.
Venham muitos destes!
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