segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Quando posso usar 'desorganizante'?

Por uma questão de saúde, tenho de fazer praia, independentemente de gostar ou não.
Acabo de regressar de uns dias de férias, passados na companhia de alguns dos meus familiares. Os irmãos Jacinta e Nuno, os cunhados Ana Maria e Armando e os sobrinhos Rita, Inês e André.
Foram uns tempinhos simpáticos, não só pelo bom tempo que se fez sentir por terras algarvias, mas sobretudo pela companhia. Senti-me num ambiente muito agradável, onde a empatia, o acolhimento, a atenção e o carinho reinaram. Para quem a solidão é tantas vezes abocanhante, estes dias souberam que nem rebuçados.
Brinquei imenso com os meus sobrinhos que raramente vejo durante o ano. É tão bom soltar a criança que dorme em nós!
Depois há aquelas cenas giríssimas que só as crianças são capazes de proporcionar. Certa dia, em plena praia, o André, 8 anos, pergunta muito sério à mãe:
- Mãe, quando é que tenho idade para usar "desorganizante"?
Ele queria dizer desodorizante. Foi uma gargalhada geral e deu origem a um quase romance. O pai disse-lhe que podia colocar Factor 24. Só que me encarreguei de lhe fazer a cabeça. Convenci-o que esse Factor 24 era muito kota e que se o usasse jamais conseguiria atrair a atenção da Mariana. A Mariana é uma coleguinha de escola de quem ele gosta muito. Ficou completamente confuso...
O André gosta bué de animais, como costuma dizer. Não perde programas sobre animais na TV, pede toda a literatura sobre animais que vislumbre e tem a casa cheia das mais diversas figuras de animais. Um dia, durante um passeio nocturno, discutia com as primas sobre dinossauros. Nisto, dá um passo em frente, agarra-me no braço e pergunta:
- Tio, quem é mais velho, Jesus ou os dinossauros?
E conversamos longamente.
No último dia de férias, por decisão democrática, resolvemos dar um passeio pelo Alentejo. Visitamos a Sé e o Castelo de Beja, almoçámos num simpático restaurantezinho em S. Manços- o Chico. Que maravilha de comida! Que limpeza! Que atendimento! Quero lá voltar.
Passámos depois por Reguengos e fomos até à Herdade do Esporão, pertença do Dr José Roquette. Que espectáculo! Não esqueceremos mais aqueles momentos. Merece uma visita. Chegámos a Évora, Os monumentos já estavam encerrados. Mas Évora é um monumento vivo. Vale a pena deambular por ali.
Felizmente, embora estivesse calor, o dia estava meio encoberto, o que tornou a viagem mais agradável.
O Alentejo é um portento. Os alentejanos com quem contactámos mostraram-se simpáticos, afáveis e atenciosos. Aquelas paisagens alentejanas, a perder de vista, espicaçam o sonho e a imaginação. Ofereçam uma sensação de liberdade única. Fazem-nos descobrir, ao mesmo tempo, a nossa pequenez e a nossa grandeza. Por isso gosto tanto do Alentejo.
Bom, como não bela sem senão, no sábado passado, quando trovejou e choveu no Algarve, acordo com uma conjuntivite. E toca para o médico. Não perdi a praia, porque o tempo não a permitia, mas que foi bem desagradável, lá isso foi.

2 comentários:

  1. É maravilhoso poder revisitar, neste texto, os momentos que marcaram as nossas férias!

    O André não gostou muito desta "devassa" da vida privada e anda a magicar o modo de responder ao tio! Não perderá, certamente, pela demora!

    Nos últmos dias do merecido descanso, todas as conversas vão parar nos dias bons que passámos juntos. Só nos lembramos das coisas positivas e que, em cada momento nos fizeram mais felizes. As outras..., menos positivas porque, se humanos, acontecem também,... fizeram-nos crescer em família e isso, sim, é igualmente posifivo e gratificante.
    Obrigada por ter estado connosco!
    Beijos,
    Ana Maria

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  2. Quem agradece sou eu! Obrigado por existirdes.

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