sábado, 11 de agosto de 2007

«Construir Família em Terra Estrangeira» .


“Parece ser um dado adquirido que a pessoa humana precisa da família para nascer, crescer integralmente e viver. Sem esta relação primordial dificilmente teremos pessoas com auto-estima e estabilidade interior suficientes para enfrentar as crises de crescimento e integrar-se harmoniosamente nas respectivas sociedades.

Por isso, é de todo o interesse para a sociedade, em geral, que se ponha em prática a Convenção Internacional para a protecção do direitos de todos os trabalhadores migrantes e dos membros das suas famílias, que entrou em vigor a 1 de Julho de 2003, como refere Bento XVI na mensagem.

É necessário salvaguardar o direito humano à reunião dos membros da família dos migrantes e refugiados e dar-lhes condições de inclusão na sociedade de trânsito ou de residência, para evitar graves crises afectivas, geracionais e sociais. A memória e trajectória das nossas Comunidades Portuguesas estão repletas de crises familiares.

De facto, por falta do devido cuidado pastoral, ou mesmo por se ter dificultado – através de leis políticas alimentadas por atitudes securitárias – a unificação e reagrupamento familiar dos migrantes, têm surgido muitos desajustamentos nos membros da primeira geração de emigrantes portugueses, assim como de imigrantes em Portugal. Constatam-se “mecanismos de defesa” que impedem uma maturação dos jovens da segunda geração, o que pode provocar graves perturbações da vida social, como ultimamente se verificou em algumas cidades e bairros de países da União Europeia.

Reafirmo o apelo a todos os cristãos, estruturas eclesiais e homens de boa vontade, seja qual for a religião, mas apaixonados - como nós - pela beleza da dignidade humana, para que não adormeçam na indiferença e, com a fantasia da caridade, inspirados pelo direito a viver em família, tudo façam para a reunificação e coesão das famílias migrantes e refugiadas.

Que as famílias portuguesas, movimentos de espiritualidade familiar e centros de apoio à família continuem a dar também o seu precioso e solidário testemunho de vida!”

D. António Vitalino, Bispo de Beja e Presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana

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