Logo a Igreja, comunidade dos que acreditam em Cristo e n'Ele foram baptizados, é chamada continuamente a abrir-se a Cristo, a converter-se a Cristo, a cristificar-se. Como São Paulo, cada cristã só pode dizer: "Para mim viver é Cristo."
Urge recentrar toda a vida na pessoa de Jesus Cristo.
Será isto que acontece?
Quantas vezes as pessoas entram nas Igrejas e parecem umas "bailarinas" de imagem para imagem e esquecem o Sacrário?
Para quantos, que se dizem cristãos, valem mais as tradições, os costumes humanos do que a Palavra do Evangelho?
Para muitos, carregados de devoções, de peregrinações, de penitências, Cristo é algo de vago, de indistinto, de diáfano?
Quantos ficam nos santos e nunca chegam até Cristo?
Por outro lado, a Igreja é chamada a viver, nun esforço sempre renovado, o mistério da comunhão (comum união). Uma Igreja clericalizada, completamente centrada no padre, penso não ser fiel ao Concílio Vaticano II. Uma Igreja onde o padre controla tudo, desde os cânticos, às toalhas do altar, à pintura da Igreja, não será a Igreja-comunhão.
É preciso confiar nos leigos, estimulá-los, ajudá-los a crescer para que possam assumir as suas responsabilidades na comunidade crente. É preciso fazê-los sentir responsáveis.
O padre será o elo da unidade, o centro dinamizador, o amortecedor de conflitos, o que trabalha e apoia as lideranças.
O sacerdote que assim trabalha dará menos nas vistas, mas trabalha bastante mais. E na minha opinião, melhor! É um trabalho lento, difícil tanta vez, mas o único que me parece com futuro.
Nesta comunidade, tem-se procurado seguir este caminho. O padre não aparece em tudo, muitas vezes nem se vê. Mas está!
Claro que muitas vezes são os leigos que criticam tanto os padres que, chamados assumir responsabilidades, ficam nas covas. É mais fácil "dar à língua" do que "dar o corpo ao manifesto"!
E vejam lá! Em tantas paróquias onde os padres são mais directivistas, intervêm em tudo e nada, os leigos esforçam-se, trabalham, andam, querem. Noutras, onde os padres escancaram as portas à participação, a acolhem e estimulam... os leigos não querem nada ou muito pouco!
Vá lá a gente entender!...
Contudo, não desistirei de uma Igreja descentrada na participação.
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