domingo, 30 de maio de 2010

Campanha de adopção de idosos

A pensar em casos de idosos a viver sozinhos – só no concelho de Lisboa existem 18 mil – a Santa Casa da Misericórdia da capital vai lançar no fim deste mês uma campanha de acolhimento familiar para pessoas idosas ou adultos com deficiência, à semelhança do que já acontece com crianças.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística, há 321 mil idosos a morar sozinhos em Portugal. Na maioria, mulheres viúvas.
As famílias que se disponibilizarem a entrar no programa recebem, no mínimo, 622 euros por mês.

Isto porque quem acolher um idoso bem de saúde recebe 447 euros, mais 70% da pensão da pessoa acolhida. Situando-se a pensão mínima em Portugal nos 246, a família receberia ainda mais 175 euros (70% da pensão) a somar aos 447. Se as famílias aceitarem receber em casa pessoas com elevado grau de dependência, o valor sobe e a Misericórdia paga 700 euros. A este valor acresce 70% da pensão da pessoa acolhida.

"É uma estratégia de resposta para pessoas com perda de autonomia, em isolamento ou com insuficiente apoio familiar", refere Anabela Sousa, subdirectora da Acção Social da Santa Casa, que acrescenta que a situação pode ser permanente ou transitória.

O objectivo é evitar a sua institucionalização. "É preferível incluir um idoso numa família e não numa instituição. No seio familiar terá um acompanhamento mais personalizado, viverá num ambiente mais afectivo e estará mais próximo das rotinas diárias", diz a responsável da Santa Casa.

Além de se candidatarem, as famílias de acolhimento têm de cumprir requisitos rígidos e aceitar o compromisso de participar em acções de formação contínuas. "Temos de nos certificar de que quem acolhe os idosos são pessoas idóneas, responsáveis, com estabilidade familiar e capacidade afectiva e económica", sublinha Anabela Sousa.

Se forem bem escolhidas e depois devidamente acompanhadas, estas famílias podem dar uma boa ajuda na solução do problema do isolamento dos idosos mais vulneráveis.
In O Amigo do Povo

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