sexta-feira, 22 de junho de 2007

Socialistas católicos consideram "escandaloso" isenção pagamento taxas moderadoras

Um grupo de socialistas católicos considerou hoje "escandaloso" o anúncio feito pelo ministro da Saúde que isenta do pagamento das taxas moderadoras as mulheres que recorrerem ao Serviço Nacional de Saúde para fazer uma interrupção voluntária da gravidez.

Cláudio Anaia, dirigente do PS/Barreiro e porta-voz do grupo que hoje se reuniu em Setúbal para debater este anúncio, criticou vivamente a decisão do ministro Correia de Campos que "repudia".

"Achamos que é escandaloso que certas pessoas com doenças graves paguem taxas moderadoras e que o aborto livre tenha cada vez mais as portas ´escancaradas´ para legalização do direito a não nascer", disse Anaia em declarações à Agência Lusa.

Militante honorário da Juventude Socialista e destacado activista contra a legalização do aborto, o porta-voz deste movimento que hoje reuniu três dezenas de militantes socialistas lembrou que ser de esquerda "não é isto" e esta (a que isentou do pagamento) "não é a esquerda humanista".

As mulheres que recorram ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) para fazer uma Interrupção Voluntária da Gravidez (IGV) não vão pagar taxas moderadoras ao abrigo do regime de isenções previsto para as grávidas", revelou hoje o ministro da Saúde.

"Não pagam taxas moderadoras neste momento e não haverá uma nova taxa" para este serviço, disse António Correia de Campos durante uma conferência de imprensa para apresentar a portaria que regulamenta a lei da IGV e que entra em vigor a 15 de Julho.

Cláudio Anaia contesta ainda que o Governo socialista possa fechar maternidades enquanto permite que se abram clínicas de aborto: "Este não é o caminho certo", salientou.

O grupo de socialistas católicos qualifica de "erro e incoerência" que a mulher empregada que interrompa a sua gravidez até às dez semanas tenha direito a uma licença de maternidade com a duração mínima de 14 dias e máxima de 30" conforme prescrição médica, e que o montante do subsídio seja de 100 por cento da remuneração de referência.

"Não concordamos", frisou Anaia, adiantando que o grupo vai pedir uma audiência a Correia de Campos para que o ministro "possa dar uma explicação".
Lusa/Fim

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