sexta-feira, 15 de junho de 2007

Nem todos são estadodependentes...

Ficou órfão de pai muito novo. Nos tempos livres da escola, enquanto os amigos jogavam à bola, ele, criança ainda, ia comercializar baga de sabugueiro para a sua subsistência e a da mãe. Já mas crescido, aproveitava as férias grandes para trabalhar em restaurantes de familiares e assim ganhar para as despesas da escola. Acabado o secundário, não pôde seguir para a universidade porque não tinha meios económicos.
Aos 19 anos, abriu uma livraria. Depois, seguindo a sua formação de base, entrou no ramo da contabilidade. Tudo com calma, com os pés no chão, sedimentando os processos que levam ao sonho. Fundou a Eurogestão que não pára de crescer e de irradiar. Mais tarde, como estudante nocturno, fez a sua licenciatura.

Hoje esteve comigo na rádio. Foi uma maravilha ouvi-lo.
A par da sua actividade empresarial, mantém uma vida familiar intensa e uma participação cívica digna de registo. Já foi preseidente da Junta de Freguesia; é actualmente presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Tarouca.
Fala dos Bombeiros com enorme paixão e com muita razão. Frisa constantemente o elevado grau de profissionalismo dos "soldados da paz"; não aprecia protagonismos, porquem esses pertencem ao Corpo Activo e ao Comando; precupa-se que não faltem meios lógísticos e técnicos à actividade dos Bombeiros; fala com convicção daquela casa como espaço de vivência e de promoção da cidadania.

Gostei da maneira como repetidamente se referiu aos trabalhadores da empresa que dirige. Chamou-lhes sempre colaboradores. Afirmou que a sua empresa, tendo logicamente uma estrutura hierarquizada, é um espeço vertical, onde todos se sentem empresa, onde todos, cada um a seu modo, participam nos lucros. Referiu o empenho que coloca na promoção dos colaboradores, sempre instigados a cultivar-se, a saber mais, a continuar os estudos, a ter melhor preparação. Referiu ainda que, a par de uma grande atenção às situações humanas das pessoas, existe uma exigência profissional no sentido de cada uma dar o seu melhor, numa atenção permanente aos clientes e ao público.

No amigo Dr. Domingos Nascimento, quero homenagear todos os pequenos empresários honestos que, na agricultura, na indústria, no comércio, na construção e nos serviços lutam contra todas as adversidades actuais para manter a sua empresa e os postos de trabalho que gera.
Esta gente passa, tantas vezes, por dificuldades tremendas, vividas quase sempre num sofrimento que poucos ou ninguém conhece, mas que não deixam de lutar por construir o seu caminho.

Estou mais que convencido que urge uma educação para a criatividade, para a inovação. Teremos que lutar contra o velho vício português de sermos ums estadodependentes, uns camerodependentes. Até porque a tendência é para despedir funcionários públicos, não para os admitir.
Quanto mais livres forem as pessoas em relação aos políticos, mais liberdade têm de os "pôr nos eixos!" E não é disto que muitos precisam?

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