Há anos, uma editora propôs a algumas pessoas de várias profissões que escrevessem uma “Carta a Deus”.
Algumas são muito interessantes e belas, enquanto outras desapontam-nos naturalmente pela falta de formação cristã.
Hoje recorto algumas passagens belas de uma de que gostei muito.
“Deus eterno e Pai universal: tenho contactado Contigo de várias formas, mas por escrito é a primeira vez.
Ao longo de cinquenta anos utilizei a palavra e o pensamento para Te falar. A maior parte das vezes faço-o de forma silenciosa. Falo-Te em casa, na cama, na mesa, no carro, na rua, no trabalho, em férias, por todo o lado.
Apenas penso: penso para Ti. Falo-Te em silêncios.
Já em miúdo, quando recebia o brinquedo que desejava, o bom resultado nos exames, Te dirigia um obrigado em pensamento.
Mais tarde continuei a agradecer-Te: o emprego que consegui, a família que escolhi, o filho que sonhei.
Continuo a usar o silêncio para Te agradecer a saúde, as promoções, o fim das prestações da casa. Mas estas formas de Te agradecer parecem-me insuficientes, injustas….porque em voz alta, talvez alta demais, algumas vezes soube dizer-Te palavras magoadas sobre a justiça e a injustiça e o que em Ti não entendia.
Foi quando morreram meus avós, meu pai, e alguns dos meus melhores amigos…e quando no meu trabalho a correr o mundo mergulhei em alguns continentes e vi povos que se afundavam em fomes, doenças e guerras sem qualquer tipo de sentido.
Uma das vezes em que fiquei azedo conTigo foi mais tarde – deves lembrar-Te – quando o médico me disse que eu tinha um tumor.
Não compreendi. E adormeci algumas vezes embalado no sono de um quase agnosticismo. Nas alturas de todas as fraquezas sou mesmo incoerente. De vez em quando, o céu do meu cristianismo assumido é povoado por estas nuvens passageiras. Para isso espero o Teu perdão.
Prometo que vou tentar falar conTigo de todas as formas, nos bons e maus momentos.
Obrigado pela vida que me ofereceste e estou certo de que, no fim dela, Te encontrarei de forma mais natural e me dês a entender todas as coisas que hoje não entendo”.
Mário Salgueirinho
Um bocadinho do que todos nós vamos sentindo. Bela carta.
ResponderEliminarGostei muito de ler esta carta a Deus.
ResponderEliminarDevemos em silêncio ou em vóz alta agradecer-lhe pelos bons e pelos maus momentos da vida.
Jesus Cristo sofreu pelo bem que praticou, mas com a sua Glória "Ressuscitou".
Job, no seu livro, ve-se que com muito sofrimento, nunca renegou a "Deus",mas sempre acreditou "Nele", e teve a recompensa.
Devemos sempre ter fé nos bons como tambem nos maus momentos da vida.