domingo, 31 de outubro de 2010

Corrupio de gente

Um mês inteiro dedicado à esperança cristã
Na véspera de Novembro, espreita já, num recanto do olhar, a lágrima da saudade, por quem um dia «nos morreu»! E levanta-se um corrupio de gente, numa romagem ao cemitério, que depressa corre o risco de se perder numa romaria de velas e flores! Interrogo-me se, deste modo, pensamos a morte, para mais fundo pensarmos a vida! Ou se nos enterramos, ainda mais na tristeza, dos que vivem, no mundo, sem Deus e sem esperança!
Novembro, "Mês das Almas". A abrir um mês inteiro dedicado à esperança cristã, temos logo no dia 1 a Solenidade de Todos os Santos.

Contrariamente àquilo que geralmente aparece nas imagens ditas piedosas e nas biografias embelezadas, os santos não foram perfeitos, nem à primeira, nem totalmente, nem sobretudo sem esforço. Eles tinham fraquezas e defeitos contra os quais se bateram toda a vida.
Alguns, como S. Agostinho, vieram de longe, transfigurados pelo amor de Deus que acolheram na sua existência. Quanto mais se aproximaram da luz de Deus, tanto mais viram e reconheceram as sombras da sua existência.
Peregrinos do quotidiano, a maior parte deles não realizaram feitos heróicos nem cumpriram prodígios. É certo que alguns têm à sua conta realizações espectaculares, no plano humanitário, no plano espiritual, ou ainda na história da Igreja. Mas muitos outros, a maioria, são os santos da simplicidade e do quotidiano! Canoniza-se muito pouco estas pessoas do quotidiano!
Os santos foram homens e mulheres corajosos, capazes de reagir e de afirmar a todo o custo aquilo que os fazia viver. Eles mostram-nos o caminho da verdade e da liberdade.
Aqueles que frequentaram os santos – aqueles que os frequentam hoje – afirmam que, junto deles, sentimos que nos tornamos melhores.

Não confundamos. A Comemoração dos Fiéis Defuntos é no dia 2 de Novembro.
No dia 1, temos o júbilo que nos vem dos nossos irmãos, os santos. De todos os santos. Daqueles conhecidos que têm imagens nos altares e livros sobre eles e daquela imensa maioria de cujo nome já não nos lembramos - os santos anónimos. Muitos destes foram da nossa terra, da nossa família e os seus restos mortais repousam nos nossos cemitérios.
 "Se eles conseguiram, por que razão não havemos nós de conseguir?"
 

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