Estava em Fátima. Os miúdos e catequistas tinham ido buscar as mochilas à casa onde havíamos pernoitado. Porque trouxera a minha logo de manhã, esperei-os cá fora à sombra da azinheira.
Ali estava sentado um avô feliz com a netita bebé ao colo. Falava com ela com se já o entendesse. Nisto chega a filha acompanhada do marido. O homem sorri, mas continua enternecidamente a falar para a netinha.
Então apercebi-me da atitude daquela jovem senhora. O seu olhar parecia um lento radar, bailando entre o marido, a bebé e o pai. E aquele rosto mostrava o sol de um sorriso. Intenso, profundo, sentido. Extasiada diante daqueles três amores da sua vida.
- Ó pai, dê-ma cá agora para o senhor descansar um bocadinho...
E enquanto levantava nos braços a bebé, depositou na testa daquele avô babado um beijo.
Num tempo em que as relações familiares se rarefazem e as rarefazem, é bom sentir que há muita gente feliz graças à vivência e à partilha do amor familiar.
"Aquilo que o berço dá a tumba o leva", diz o povo. Àquela criança o berço oferece-lhe muito amor, carinho, empatia. Que melhor estufa para o crescimento harmoniosa da pessoa que um são e carinhoso ambiente familiar?
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