quinta-feira, 19 de junho de 2008

O fundamentalismo cristão

Sempre que posso, gosto de percorrer na internet vários blogues e sites cristãos de diferentes sensibilidades. Entendo que é a diversidade que enriquece a unidade.
Contudo há alguns que deixei de visitar. Para usar uma terminologia formal, refiro-me aos ultraconservadores, raiando o fundamentalismo. Confesso a minha fraqueza, deixavam-me com "os cabelos em pé", experimentando sentimentos menos cristãos. Então, como dizem os jovens, vazei.

Algumas características deste sites e blogues:
- Esvaziamento de tudo o que cheire a justiça social, mandamento novo, pobres...
- Divinização de alguns santos místicos cuja vida e ensinamentos sobrepõem ao Evangelho.
- Silenciamento de santos que se tenham afirmado pelo serviço da caridade.
- Uma religião muito baseada em aparições e visões.
- Proeminência do aspecto sacrificial: penitências, sacrifícios...
- Visão redutora da sexualidade humana, muitas vezes a raiar o jansenismo.
- Aversão ao moderno, como se Deus fosse uma relíquia do passado que interessa conservar.
- Uma dicotomia arrepiante: nós somos os bons cristãos, os outros são os maus cristãos...
- Uma religião em ricochete: Deus ama-me e eu amo a Deus. Não conseguem nunca abrir-se ao "Assim como Eu vos amei, amai-vos vós também uns aos outros."
- a diabolização de padres e freiras que não pensam como eles...

Enfim, valha-nos Deus que é quem pode. Foi uma mentalidade assim, legalista, fechada nas suas certezas, auto-convencida da sua verdade absoluta, incapaz de se abrir ao novo de Deus, que condenou o Filho de Deus à cruz...

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