domingo, 20 de abril de 2008

Há dias assim

Como muita gente, também eu aprecio especialmente certos dias da semana. Sabe-me bem a noite de quinta-feira, a sexta-feira e gosto muito do domingo. O dia com que mais embirro é o sábado. Vá-se lá saber porquê… Mas sábado cheira-me a um tempo indefinido, que nem é carne nem peixe. Um dia burocrático. Folclórico mas ao mesmo tempo amorfo.
Para mim o domingo é uma festa. Estar com a comunidade, falar – às vezes só com os olhos – celebrar a Eucaristia com a comunidade, sentir as pessoas… Cada domingo é uma Páscoa, daí aquela impressão íntima de vida, de esperança, de novidade, de triunfo sobre tudo aquilo que nos vai subjugando.
Mas hoje foi difícil, não sei a razão… Tive que lutar imenso contra a desconcentração, senti-me nalguns momentos perdido, com o pensamento em coisa nenhuma, alheado. Apesar de todo o esforço que fiz na preparação da liturgia, o discurso parecia preso, não fluente. Então a segunda Eucaristia foi demais. Pareceu-me uma eternidade. Um desejo enorme que terminasse… nem imaginam. Mas nada de anormal se verificou. Não entendo…No momento de silêncio após a homilia, perguntei ao Senhor: “Que se passa comigo, meu Deus!?" Esta aridez interior, este alheamento conjugados com a insatisfação com a situação causaram-me forte mal-estar.
Senti-me um bocado melhor na terceira e quarta missas. Já não experimentei tanta dificuldade de concentração, senti-me mais solto, vivi com outra intensidade. Mais próximo do habitual.
Sinto que este tempo invernoso, pesado, me coarcta, me limita. Só gosto da chuva em duas situações: quando estou na cama e a ouço fazer pli-ploc nas escadas graníticas ou quando estou à lareira com um grupo de amigos em amena conversa. Como não tenho lareira, as coisas pioram.
Se isto me serve de consolo, vou repetindo para mim mesmo: “Dias ruins, todos temos. Anima-te! Amanhã é outro dia.”
Tanta vez que são estas experiências menos conseguidas que nos ajudam a saborear os bons momentos da vida!

Uma boa semana. Anime-se. Não se deixe abater. ELE vai consigo.

3 comentários:

  1. Já tem o último livro do nosso comum amigo Pe. João António?
    Um admirador dos dois.

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  2. Já tenho o livro em causa, sim.
    Obrigado pela lembrança.
    Muita paz.

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  3. Há realmente dias assim... :) Mas sabe, gostei da forma como terminou a sua postagem! Um dia menos bom, menos concentrado, mas já de coração concentrado num novo dia, na Força de sempre: Jesus! :)
    Um alento final seu para os outros e discretamente também para si. :)

    Beijinho sereno

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